Agora a meta é criar empregos

Brasília – Taxa de desemprego de um dígito em menos de cinco meses. Esse é o compromisso que o novo ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, assumiu junto com o cargo. Depois de uma tarde de reunião com o ex-ministro Jaques Wagner, novo secretário especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Berzoini saiu convencido de que a previsão feita por ele de reverter a taxa oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 10,9% de desempregados “para um índice de um dígito ainda no primeiro semestre” é bastante realista e deverá “ser facilmente cumprida”.

Para isso, o novo ministro do Trabalho pretende acelerar um projeto em discussão no ministério que prevê o mapeamento das regiões e de setores econômicos, de acordo com o potencial de geração de empregos. A partir daí, os bancos oficiais serão acionados para conceder financiamentos que estimularão vocações específicas de cada localidade selecionada.

“Vamos identificar essas regiões e os setores e trabalhar, juntamente com os bancos oficiais, para que elas ganhem eficiência internamente e também tenham competitividade para exportar”, disse, destacando as indústrias moveleira, calçadista e da construção civil. Segundo Berzoini, o combate ao desemprego não depende, exclusivamente, do governo e nem da política de juros implementada pelo Banco Central (BC). Ele afirmou que a administração federal deve ser “um articulador” para que o processo de crescimento sustentável deslanche e que há muito espaço para o País avançar em relação aos juros praticados na economia, independente do valor fixado pelo BC para a taxa Selic, referência dos agentes econômicos.

“Não vamos ter a ilusão de que somente a queda dos juros básicos será suficiente. Preocupo-me mais com as taxas de juros de balcão do que com a taxa Selic”, disse, referindo-se à grande diferença entre os juros básicos e os praticados pelos bancos nos empréstimos.

Um dos maiores críticos à política de juros altos na gestão passada, Berzoini defendeu a cautela do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que, na semana passada, manteve a taxa de juros inalterada, mas disse que “a trajetória de juros no Brasil não se esgotou”. Segundo o novo ministro, não se pode analisar a tendência dos juros a partir de uma decisão isolada. Na avaliação de Berzoini, o BC mostrou uma preocupação legítima com setores importantes da economia que tentam fazer remarcações preventivas de preços.

“Sempre fui crítico dos juros altos, sim, mas não podemos analisar a trajetória por um mês apenas”, disse. O ministro argumenta que os juros praticados no lado real da economia começaram a ceder depois das medidas de estímulo ao crédito anunciadas pelo Poder Executivo, como os empréstimos com desconto em folha de pagamento e financiamentos para compra de eletrodomésticos.

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