O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse nesta quarta-feira que a instituição não hesitará em agir, caso a volatilidade dos mercados ameace seus esforços para derrotar a deflação. A declaração sugere que um fortalecimento maior do iene ou a fraqueza do mercado acionário poderiam impulsionar um relaxamento maior na política monetária.
Falando no Parlamento, Kuroda disse que, ainda que o BoJ não tenha meta para a taxa cambial ou para os preços das ações, ele precisa adotar medidas se as movimentações dos mercados ameaçarem a confiança das empresas ou retardarem a conversão do que ele chama de “mentalidade deflacionária”. Essa foi uma razão por trás da decisão do banco central de janeiro deste ano e também em outubro de 2014 de ampliar o programa de estímulos, a fim de combater decisivamente o ciclo negativo de queda nos preços e crescimento fraco, disse a autoridade.
“Nós continuaremos a observar de perto a situação dos mercados financeiros para determinar se isso poderia ter um impacto na economia do Japão e nas tendências dos preços e se julgarmos que isso gerará efeitos adversos não hesitaremos em considerar medidas”, afirmou Kuroda.
O presidente do BoJ também disse que é prematuro discutir publicamente a potencial retirada do atual programa de relaxamento. Sobre o iene, Kuroda rejeitou as sugestões de um parlamentar da oposição de que a recente apreciação da moeda significa que a política de taxa negativa do BoJ não funciona bem. “O iene não é a única moeda que apreciou”, apontou Kuroda, acrescentando que o fenômeno ocorreu por causa da fraqueza generalizada recente do dólar. “A maioria das moedas principais se fortaleceu [recentemente ante o dólar]”, afirmou ele.
Kuroda ressaltou ainda que um relaxamento quantitativo e qualitativo é uma opção para a política, mesmo após o BoJ adotar recentemente taxa de juros negativa. A declaração sugere que a instituição pode comprar mais ativos, apesar das especulações de que cortar mais a taxa para território negativo seria a primeira escolha do BoJ para relaxar mais a política. Fonte: Dow Jones Newswires.
