O IPCA de outubro e os dados da produção industrial de setembro darão maior relevância à agenda econômica da semana. O IPCA, indicador que baliza o regime de metas de inflação do Banco Central, será anunciado na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após ter fechado setembro em 0,18%, o indicador de outubro poderá ficar com uma taxa superior, segundo analistas.
Não será nada parecido com a alta de 0,47% em agosto, mas como afirma a economista da Unibanco Asset Management (UAM) Caroline Silveira, o quadro inflacionário que começa a se delinear daqui para frente não é mais o que se pode classificar de benigno. O economista-chefe do Banco Schahin, Sílvio Campos Neto, por exemplo, espera que o IPCA de outubro feche em torno de 0,25%, variação em linha com a de 0,24% apresentada pelo IPCA-15 deste mês.
Ainda na quarta-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgará a variação dos preços no âmbito do IGP-DI de outubro. Neste indicador, o mercado deverá continuar prestando atenção no comportamento do Índice Nacional da Construção Civil (INCC), cuja abertura no IGP-M, divulgado na terça-feira, chamou a atenção da economista da UAM. Esse índice teve alta de 0,10 ponto porcentual, de 0,39% em setembro para 0,49% em outubro, e confirmou, segundo a economista, uma inflação preocupante de demanda, pelo menos no ramo da construção civil.
Um dia antes, na terça-feira, o IBGE informará como foi o desempenho da produção industrial em setembro. Em agosto, o setor produziu 6,60% a mais que em agosto do ano passado e 1,30% sobre julho com ajustes sazonais. Esta expansão da atividade fabril, segundo os especialistas, ganha mais destaque pelo fato de estar concentrada na fabricação de bens de capital, o que contribui para manter a inflação dentro dos parâmetros do sistema de metas.
Em agosto, a produção de bens de capital cresceu 4% na margem e 21% sobre o mesmo mês do ano passado, indicando que a indústria tem investido na capacidade de produção, o que, de alguma forma, contribuirá para evitar um descompasso mais acentuado entre oferta e demanda.
Também na terça-feira, o Dieese anunciará a inflação para a capital paulista pelo Índice do Custo de Vida (ICV) de outubro. Em setembro, o custo de vida para o paulistano cresceu 0,30%. Na quinta-feira, a FGV informa em quanto fechou a inflação no varejo pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) na primeira quadrissemana de novembro. Na primeira apuração de outubro este indicador fechou em alta de 0,34%.
Ainda no campo da inflação, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgará amanhã a inflação para o município de São Paulo no fechamento de outubro. No mês anterior, a alta foi de 0,24%.
No mesmo dia, o Banco Central divulga as medianas das expectativas dos analistas do mercado financeiro para os principais indicadores macroeconômicos. O destaque da Focus tem sido a média das expectativas para o IPCA de 2009, que tem subido sistematicamente desde 26 de junho, quando estava em 3 98% e chegou na última sexta-feira em 4,09%. A mediana das previsões para o IPCA este ano fechou na última Focus em 3,86% ante 3,91% no documento anterior e a de 2008 se manteve em 4 10%.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, os principais indicadores que deverão ser divulgados são o índice dos gerentes de compras referente à atividade no setor de serviços em outubro, que sai amanhã; os dados do crédito ao consumidor em setembro, na quarta; e o déficit comercial de setembro, na sexta-feira.
