Agências lotadas no 1º dia após a greve

Os bancos voltaram a funcionar normalmente ontem em Curitiba e na maior parte dos municípios do interior do estado, depois da greve de quatro dias úteis. Houve formação de fila antes das 10h no lado de fora de algumas agências do centro de Curitiba. Em outros locais, havia concentração de clientes dentro das agências. Apesar da fila, o clima era aparentemente normal.

A greve chegou a prejudicar alguns clientes, que não conseguiram efetuar certas operações financeiras. Foi o caso da estudante universitária e auxiliar de enfermagem Ronilda Almeida Leão. Durante a greve, ela chegou a bater na porta da agência de um banco na Rua Marechal Deodoro, mas não conseguiu atendimento. Ronilda foi a outra agência do mesmo banco e também não foi atendida. Ela precisava pegar um boleto bancário da mensalidade de seus estudos. ?Se eu já estivesse com o boleto bancário, seria mais fácil. Pagaria no caixa eletrônico mesmo. Mas estava sem o documento?, afirma.

Ronilda enfrentou a fila que já estava formada antes das 10h em frente ao banco. Ainda não sabia se seriam cobrados juros sobre o valor da mensalidade que tinha que pagar. ?Espero que não cobrem nada, pois os bancos estavam em greve. Isso não depende da gente. Se vier a multa, acredito que vou pagar uns R$ 30 a mais por causa disso?, explica.

O aposentado Francisco Carlos também ficou com uma conta atrasada por causa da greve. Ele prefere não utilizar o caixa eletrônico. Como não conseguiu sacar dinheiro durante a paralisação, Francisco não pagou a conta. Antes da abertura da agência, ontem, ele já estava na fila para regularizar a situação. ?Tive dificuldade esses dias porque não consegui tirar dinheiro. O jeito é enfrentar a fila?, comenta.

Quem sentiu a greve dos bancários, indiretamente, foi o taxista Luiz Carlos Soares. ?Houve queda no movimento durante esses dias porque o pessoal estava sem dinheiro. Agora, temos que compensar?, declara. Temendo o enorme movimento nas agências, ontem, Luiz Carlos também foi fazer depósitos logo no início do expediente. Mas enfrentou fila na parte de fora da agência no centro de Curitiba.

Brasil

Além do Paraná, apenas os bancários do Ceará, Mato Grosso e Rondônia aprovaram a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na última terça-feira. Nos demais estados, a maioria da categoria continua parada, segundo informações da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, ligada à Central Única dos Trabalhadores). No Paraná, apenas em Campo Mourão os bancários não aceitaram a proposta da Fenaban; mesmo assim, suspenderam a greve.

O secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, José Paulo Staub, admitiu que a rejeição à proposta na maior parte do país surpreendeu. ?Estranhei muito a proposta da Caixa não ter passado. A do Banco do Brasil já era esperada porque não houve tão grande avanço nem isonomia?, comentou. Segundo Staub, caso a direção do Banco do Brasil ou da Caixa melhore a proposta, os funcionários dos dois bancos no Paraná também serão beneficiados.

Para ele, a aceitação da proposta no Paraná, assim como o fim da greve, foi a decisão mais acertada. ?Em Curitiba, vimos que não adiantava ficar em greve; a greve aqui foi curta, mas forte. Além disso, o governo avisou que não faria nada (melhorar a proposta) antes das eleições?, afirmou.

Os bancários reivindicavam reposição da inflação (2,85%), aumento real de 7,05%, além de melhoria da PLR – 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de valor fixo de R$ 1,5 mil. A proposta fechada com a Fenaban prevê o reajuste de 3,5%, PLR no valor de 80% do salário mais R$ 828,00 na parte fixa, além de uma parcela de 8% da variação nominal do lucro líquido, distribuído para todos os funcionários, com teto de R$ 1,5 mil.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo