A elevação da nota de crédito do Brasil para “Baa3” pela Moody’s Investor Service, a última a conceder ao País o grau de investimento entre as três principais agências de análise de risco – que inclui a Standard & Poor’s e a Fitch Rating -, ocorre em um momento de forte questionamento com relação à exatidão e isenção das análises das firmas de rating.
Alguns críticos atribuem aos ratings AAA concedidos pelas agências aos complexos produtos estruturados – lastreados em dívida hipotecária principalmente – comercializados pelos bancos de investimentos como um dos fatores que conduziram à crise financeira que, em seu ápice, em setembro de 2008, levou ao colapso do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers.
Para tratar essa questão, no dia 17 de setembro, a Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários norte-americana) aprovou medidas para aumentar sua supervisão sobre as agências de rating de crédito, com regras para ampliar a transparência com informes mais regulares, promover a concorrência entre as agências, tratar do conflito de interesses e acabar com o “rating shopping” – processo no qual um banco de investimento contrata diversas agências para um rating preliminar de uma determinada empresa e só divulga e paga àquela que conceder o melhor rating.
As medidas visam principalmente a permitir que as agências de classificação de risco possam ser processadas pelos investidores que se sentirem lesados por declarações falsas ou equivocadas que constem de folhetos e informes de registro de ativos.