Rio (AE) – A agência de classificação de risco Moody?s elevou os principais ratings do Brasil, citando significativas mudanças na estrutura da dívida do País, as quais levaram a uma substancial redução na vulnerabilidade do crédito, derivada dos impactos financeiros causados pelas flutuações no câmbio e, em menor grau, da taxa de juro sobre a dívida do governo.
O teto do rating em moeda estrangeira do Brasil foi elevado para Ba1, de Ba2, enquanto o rating dos bônus em moeda estrangeira e moeda local foram alterados para Ba2, de Ba3. O teto do rating é baseado nos ratings dos bônus do governo e a Moody?s prevê risco moderado de moratória nos pagamentos em caso de default do governo.
O teto para os depósitos bancários em moeda estrangeira foi elevado de B1 para Ba3; o teto para os depósitos em moeda local, de A3 para A1; e o teto A3 do rating para a referência em moeda local, para A1. Todos os ratings ficaram com perspectiva estável.
Desafios fiscais
A agência de classificação de risco Moody?s disse que, ?embora haja forte comprometimento da parte das autoridades com a meta de superávit primário de 4,25% do PIB, que tem sido eficiente na sustentação da dívida do governo em taxas estáveis, o governo continua a enfrentar significativos desafios fiscais no médio prazo, derivados da presença de uma relativamente rígida estrutura de gastos?, disse o vice-presidente da Moody?s, Mauro Leos.
?Enquanto as finanças do governo devem seguir se beneficiando de reduções adicionais nas taxas de juro domésticas, uma melhora na posição do crédito dependerá de consenso político, para implementação de ações que tratem da tendência presente de aumento nos gastos primários?, afirmou Leos. ?Consideramos isto inconsistente com a intenção declarada do governo de garantir a sustentabilidade fiscal?, acrescentou.
A melhora no rating incorpora a percepção da Moody?s em relação à crescente habilidade na administração de condições econômicas adversas. Leos disse que ?a presença de uma estrutura diversificada de exportações deverá permitir ao Brasil compensar uma queda nos preços das commodities ou uma desaceleração no crescimento econômico mundial com maior facilidade?. As informações são da Dow Jones.