A Agência de Fomento do Paraná vai repassar cerca de R$ 250 milhões em recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para operações destinadas às micro, pequenas e médias empresas do Estado. A Agência foi credenciada pelo BNDES em dezembro de 2003 e pretende repassar recursos de até R$ 200 mil por operação.
A informação é do diretor-presidente da Agência de Fomento, Antônio Rycheta Arten, que fez uma exposição sobre o órgão, ontem, na primeira reunião do ano do governador Roberto Requião e seu secretariado. Ele anunciou que só para 2004 há a disponibilidade de R$ 40,8 milhões em recursos do Fundo de Desenvolvimento do Estado (FDE) para as operações de microcrédito.
Segundo Rycheta, o credenciamento do BNDES levou em conta o objetivo da Agência de Fomento que é o da descentralização dos recursos para a geração de empregos e a inserção social no Estado. Nos últimos três anos, a Agência firmou quase 16 mil operações no valor total de R$ 53,2 milhões. Foram atendidos com operações de microcrédito 324 municípios. A meta para este ano é beneficiar todos os municípios do Estado.
Montadoras
Ainda de acordo com Rycheta, os financiamentos da Agência de Fomento foram comprometidos no governo passado em decorrência das operações de financiamentos às montadoras, que totalizaram R$ 185,17 milhões, sem juros e correção monetária.
Só para para Volkswagen – revelou – foram emprestados R$ 166,17 milhões em 1997, com prazo de 26 anos para pagar. Para a Renault, foram repassados R$ 8,77 milhões com prazo de 10 anos para pagar. Para a Detroit, foram emprestados R$ 9,8 milhões, também para pagamento em 10 anos.
Conforme projeção feita por Rycheta, se os recursos emprestados à Volkswagen tivessem correção pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais juros de 4% ao ano, que são as taxas comuns de mercado, o valor do empréstimo quando devolvido ultrapassaria R$ 5 bilhões só com a capitalização dos recursos durante o prazo total do empréstimo. No valor de hoje, os R$ 166 milhões já estariam valendo R$ 364,7 milhões, informou.
Entre empréstimos feitos às montadoras, Rycheta calcula que o saldo devedor para a Agência de Fomento seria de aproximadamente R$ 600 milhões. Nesse cálculo, o presidente da Agência incluiu o empréstimo feito à empresa Tafisa, no valor de R$ 1,5 milhão, que deverá ser pago em 10 anos. Todos esses empréstimos foram feitos no governo passado.
Para o microcrédito, que é o verdadeiro objetivo da Agência de Fomento, o maior número de contratos ocorreu em 2003, quando foram firmadas 7.600 operações, no valor total de R$ 26,1 milhões. Nos dois anos anteriores, foram firmadas 8.300 operações. A meta para 2004 é aprovar 12 mil novas operações. Com um capital social de R$ 255 milhões e a disponibilidade financeira de R$ 153 milhões, a Agência poderá alavancar R$ 580 milhões em créditos.
