Comentários agressivos da agência de notícias estatal chinesa, a Xinhua, destacaram o aumento das preocupações do maior credor dos EUA com uma possível moratória da dívida norte-americana. Dois artigos publicados hoje deixaram claro o dilema enfrentado pelo governo chinês.

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Em uma das declarações mais fortes da China sobre o assunto até agora, a Xinhua criticou os líderes dos EUA por colocar a economia mundial sob risco ao não chegar a um acordo sobre o teto da dívida. A agência exigiu que os legisladores norte-americanos mostrem “algum senso de responsabilidade global”.

“A parte mais terrível dessa saga é que o bem-estar de muitos outros países também está na zona de impacto” caso republicanos e democratas não consigam chegar a um acordo, escreveu a Xinhua.

De acordo com dados do Tesouro dos EUA, a China tinha US$ 1,159 trilhão em títulos norte-americanos no fim de maio e muitos analistas dizem que essa estimativa é menor do que o volume verdadeiro. Por isso a China estaria entre os países mais afetados imediatamente por uma moratória dos EUA ou um rebaixamento no rating de crédito do país.

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As frustrações chinesas estão em sua impotência para alterar a estratégia de investimento em resposta ao crescente risco nos EUA. Analistas dizem que o governo chinês está de mãos atadas porque há poucos mercados no mundo que são profundos e líquidos o suficiente para lidar com as grandes compras de moeda estrangeira da China.

“No entanto, o que não pode ser evitado é o fato de que os bônus do Tesouro dos EUA ainda são os mais seguros, mais estáveis e menos arriscados e o mercado de dívida dos EUA é o único que pode absorver as crescentes reservas estrangeiras da China”, disse a agência em outro artigo.

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Alimentadas por investimentos estrangeiros e superávits comerciais, as reservas chinesas cresceram US$ 152,8 bilhões nos três meses até junho, para quase US$ 3,2 trilhões, as maiores do mundo. As informações são da Dow Jones.