O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, informou ontem, em Curitiba, que as fazendas São Paulo e Alto Alegre, situadas no município de Loanda, também foram liberadas pelo Ministério da Agricultura para repovoamento. Segundo Ribas, a decisão foi tomada depois da divulgação feita pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Recife-PE dos resultados negativos dos exames de sorologia realizados em animais-sentinelas, introduzidos nas duas propriedades.
A liberação das duas fazendas foi comunicada oficialmente por representantes do ministério durante reunião na segunda-feira (28) em Brasília.
?Eram as últimas duas fazendas que faltavam para ser liberadas. Como as demais, elas receberam animais-sentinelas. Em seguida, foi coletado material deles para exames laboratoriais. Estes confirmaram que nas duas propriedades, como nas outras cinco, não houve circulação do vírus da febre aftosa. Por isso, também estão autorizadas para que possam ser repovoadas?, afirmou.
O secretário ainda lembrou que parte dos animais, que foram introduzidos nas sete propriedades consideradas focos da doença pelo ministério, foi trazida de Santa Catarina. ?O estado vizinho está livre de febre aftosa sem vacinação há dez anos. Por isso, trouxemos os animais de lá. Precisávamos de animais não-imunizados à doença para verificar se haveria ou não a circulação de vírus. Como prevíamos, o vírus não circulou nas propriedades reconhecidas como foco. O que prova que o Paraná não teve febre aftosa?, comentou.
Além do secretário da Agricultura, participaram do encontro os proprietários das fazendas reconhecidas como focos da doença, André Carioba (Fazenda Cachoeira), Alexandre Turquino (Fazenda Flor do Café), o representante da Fazenda Cesumar, Raimundo Tostes, o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Kireeff, o advogado dos proprietários, Ricardo Jorge Rocha Pereira, o secretário nacional de Defesa Agropecuária, Gabriel Maciel, técnicos do Ministério da Agricultura e da Secretaria da Agricultura.
Fronteiras
Durante a reunião de segunda-feira (28), em Brasília, Ribas voltou a defender junto ao secretário nacional de Defesa Agropecuária do ministério a iniciativa e o envolvimento do governo federal no trabalho de vigilância epidemiológica nas fronteiras do Paraná e Mato Grosso do Sul com o Paraguai, Argentina e Bolívia.
O secretário da Agricultura lembrou que a operação nas regiões de fronteira envolveria as ações de georreferenciamento nas propriedades rurais situadas num raio de 25 quilômetros de ambos os lados da fronteira, a identificação dos animais, a vacinação assistida e a educação sanitária dos criadores dos países participantes. ?Se não for feito isso, estaremos sempre à mercê de um risco que, como sabemos bem, traz prejuízos incalculáveis para o setor agropecuário de nosso Estado e, conseqüentemente, para a economia do País?, concluiu. (AEN)