O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse anteontem à noite na capital mineira que as primeiras estimativas sobre os reflexos do reaparecimento da febre aftosa no Brasil são de uma queda de US$ 250 milhões a US$ 260 milhões nas exportações de carne bovina este ano. A expectativa era de que as vendas externas totais de carne atingiriam, em 2005, US$ 3,1 bilhões. ?Esta é a expectativa por enquanto, mas tem havido uma valorização da carne bovina lá fora e ainda é cedo para fechar uma definição?, afirmou.
Rodrigues admitiu que a demora na conclusão dos exames de amostras colhidas no Paraná tem prejudicado a imagem brasileira no exterior. Entretanto, afirmou que espera solucionar a questão de maneira definitiva. ?Nós temos de cumprir todo o ritual e estamos apostando que nos próximos dias teremos uma definição quanto a esse tema?, disse.
De acordo com o ministro, o Brasil não perdeu o controle sobre a doença, mas segundo avaliou, houve ?um relaxamento geral?. ?É um acidente de percurso que se deve a uma espécie de relaxamento geral, uma tranqüilidade quanto à ausência da doença?, considerou. Para o ministro, o recrudescimento da aftosa no País poderá servir de aviso para todos os representantes do setor produtivo, para que não relaxem no controle. ?Quem deixar de cumprir os seus compromissos essenciais acaba pagando um preço muito caro.?
Embora afirme que já existe uma certa compreensão de que o governo brasileiro tomou todas as providências, o ministro afirma que o País ainda tem de reconquistar a credibilidade no exterior e retomar as exportações para os países que impuseram embargo à carne brasileira. ?A expectativa é de que nos próximos 60 ou 90 dias o processo seja revertido?, observou. Roberto Rodrigues participou na noite de ontem, em Belo Horizonte, da posse da nova diretoria da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg).