Os focos de febre aftosa registrados em Mato Grosso do Sul e Paraná fizeram com que a Fenagro (Feira Internacional da Agropecuária) baiana, evento considerado o terceiro mais importante do setor de agronegócios do país, tenha apenas animais criados na Bahia, de acordo com uma portaria editada pela Secretaria da Agricultura do Estado.

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?A situação no Brasil é a mesma de quando surgiram os primeiros focos. Até agora o Ministério da Agricultura não tomou uma atitude decisiva para sacrificar todos os animais contaminados de Mato Grosso do Sul e do Paraná?, disse o diretor-geral da Adab (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia), Luciano Figueiredo, um dos organizadores da Fenagro, que começa no próximo sábado, em Salvador.

O secretário da Agricultura, Pedro Barbosa, também rebate as opiniões de alguns criadores, que temem prejuízo na feira. ?Os criadores precisam entender que o prejuízo seria muito maior se a febre aftosa entrasse na Bahia.?

Para o presidente da Associação Baiana das Raças Simbrasil e Simental, Marcelo Cordeiro, a decisão do governo vai inviabilizar a Fenagro. ?Todos os animais de outros estados que participariam da feira são vacinados, têm documentação correta e pertencem a criadores de elite. Não se justifica o medo do governo?, disse.

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Desde maio de 97, a Bahia é considerada zona livre de aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal.

Logo após o surgimento dos primeiros focos da doença em Mato Grosso do Sul e no Paraná, a Adab emitiu três portarias. A primeira proibiu a entrada de bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos oriundos dos estados onde a doença havia sido detectada. A segunda suspendeu todos os eventos agropecuários na Bahia por dois meses. A terceira proibiu a entrada de animais vivos passíveis de transmitir a febre aftosa, vindos de qualquer estado.

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Em nota oficial, a Associação Baiana de Criadores, entidade organizadora da Fenagro, informou que a decisão de proibir animais de outros estados ?vem corroborar a preocupação dos produtores baianos e dos dirigentes desses órgãos governamentais em proteger o nosso rebanho?.