O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, voltou a descartar uma compra de grande escala de bônus soberanos da zona do euro, afirmando que essa espécie de afrouxamento quantitativo, adotada pelos EUA e o Reino Unido, destruiria a credibilidade da instituição.

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“O importante é restaurar a confiança das pessoas – cidadãos e investidores – no nosso continente. Nós não conseguiremos isso destruindo a credibilidade do BCE. Em certo sentido, esse é o tom de todas as nossas conversas hoje”, disse Draghi em uma entrevista ao Financial Times.

Têm crescido as pressões para que o BCE adote um programa de afrouxamento quantitativo, mas, em vez disso, o banco central cortou os juros para a mínima histórica de 1% e ofereceu liquidez ilimitada para os bancos do continente, para aliviar as pressões de financiamento.

Draghi afirma que fornecer liquidez aos bancos, “mostrando resiliência nos canais bancários”, está dentro do mandato do BCE, que é manter a estabilidade de preços no médio prazo e que o impede de financiar diretamente os governos da zona do euro. O BCE compra bônus soberanos, mas no mercado secundário, não diretamente dos governos. “As pessoas precisam aceitar que nós temos de agir, e sempre iremos agir, de acordo com o nosso mandato e dentro das nossas fundações legais”.

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Quando questionado se o BCE estuda estabelecer um teto para os yields dos bônus soberanos ou os spreads desses títulos, Draghi afirmou que os spreads são reflexo da política econômica nacional e que “a política monetária não pode fazer tudo”. As informações são da Dow Jones.