Um dos principais gargalos do presente e preocupação dominante nos preparativos do País para a Copa do Mundo de 2014, a infraestrutura aeroportuária ainda está longe de ter uma solução definitiva.
A avaliação predominante de que há pouco tempo para que a decisão do governo de entregar à gestão privada os principais aeroportos do País reflita em melhorias nos aeroportos até o evento foi compartilhada hoje no evento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) pelo diretor da Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP), Helcio Tokeshi.
Em sua palestra, Tokeshi demonstrou ceticismo sobre o impacto das concessões de aeroportos e de medidas para acelerar investimentos em outros setores de infraestrutura para a organização da Copa de 2014, como a mobilidade urbana.
“Na Olimpíada talvez a gente não passe vexame. Mas para a Copa do Mundo, não adianta se preocupar porque não vale a pena”, brincou, referindo-se ao atraso nos cronogramas.
Tokeshi não falou apenas sobre os aeroportos, mas admitiu que esse é um dos setores que precisarão de soluções temporárias para a logística do evento, que elevará o movimento de passageiros nos terminais já saturados. Ele citou os hotéis como um dos setores em que “ainda dá tempo” de acelerar, mas mostrou ceticismo em relação à mobilidade.
Segundo Tokeshi, a EBP deve concluir “antes do fim do ano” os estudos para a modelagem da concessão à iniciativa privada dos aeroportos Juscelino Kubitschek (Brasília), Viracopos (Campinas) e Guarulhos (São Paulo). No entanto, ele não quis avaliar em quanto tempo o governo fará os leilões.
“Isso tem que ser perguntado ao governo. Temos trabalhado para terminar os estudos bem antes do final do ano. As etapas seguintes, como consultas públicas, aprovações e outros procedimentos fogem do nosso alcance”, afirmou Tokeshi, em entrevista na saída do seminário.
Há dois meses, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que um estudo da Infraero e da Secretaria de Aviação Civil (SAC) previu inicialmente para maio de 2012 o leilão de concessão dos aeroportos, um prazo muito curto para a Copa de 2014.
No entanto, o governo corre para tentar adiantar esse cronograma e vem dizendo que é possível realizar os leilões este ano. A EBP, empresa fruto da associação do BNDES com bancos privados, foi contratada pelo governo para acelerar os estudos de demanda, engenharia e modelagem financeira dos editais.