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Rio e São Paulo (AG) – Os funcionários da Vasp decidiram, em assembléia realizada ontem à tarde, entrar em greve a partir das 23h59m desta quarta-feira, até o dia 4 de fevereiro. Os trabalhadores vão aguardar o pagamento dos salários atrasados e o cumprimento do acordo que foi assinado pela companhia no dia 28 de setembro do ano passado, de estabilidade para todos os aeronautas por 90 dias. Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Bagio, esse acordo não foi honrado. A Vasp também não teria pago horas extras de vôos, além de diárias e pensão alimentícia.

"A paralisação já não significa o fim das operações porque a Vasp já não opera quase nenhum vôo pelo País. O desrespeito com os funcionários e, sobretudo, com os passageiros é muito grande. Não houve condições de evitar esta situação (greve)", afirmou por telefone pouco após deixar a reunião.

Segundo Graziela, as posições do governo federal e do governo estadual não ajudam nem trabalhadores nem quem viaja.

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"Ontem (terça-feira), assistimos declarações do presidente da Vasp dizendo que vai fazer o que acha que tem que fazer. Neste fim de semana, assistimos a uma paralisação completa da empresa por falta de condições de colocar combustível nas aeronaves. Hoje (ontem), os trabalhadores entenderam que não têm condições emocionais e financeiras para poder manter as atividades por mais tempo", disse.

Graziela negou que a medida favoreça o dono da empresa, Wagner Canhedo, que já havia cancelado vários vôos nesta última semana.

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"Pretender utilizar esse movimento para se justificar…Bom, lamentavelmente, ele não vai ter êxito. Acredito que o poder Judiciário, o Poder Executivo e o poder Legislativo, assim como o governo do Estado de São Paulo, conhecem o empresário há algum tempo e não aceitarão as condições que estão sendo impostas aos trabalhadores, que têm a garantia da lei a seu favor", disse Graziela. Ela comentou que a Vasp está em boas condições de vôo, apesar da crise financeira.

O DAC informou que a auditoria que está sendo feita na Vasp desde terça-feira, 25, não tem prazo para acabar. O DAC decidiu iniciar a auditoria na companhia depois que a Vasp começou a cancelar vôos com menos de 50% de ocupação. De acordo com a legislação do setor aéreo, a baixa ocupação de aeronaves não justifica o cancelamento de vôos.