As companhias aéreas no mundo registraram crescimento de 5,9% na demanda no ano passado em relação a 2010, segundo dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que considerou o desempenho “em linha com a tendência de crescimento no longo prazo”. O mercado de carga, porém, recuou 0,7% no ano, apesar do crescimento de 0,2% registrado em dezembro.
A ampliação da capacidade superou a demanda, pressionando para baixo as taxas de ocupação. Segundo a Iata, a oferta para passageiros cresceu 6,3% no ano passado, enquanto o mercado de carga cresceu 4,1%. A taxa de ocupação média no mercado de passageiros ficou em 78,1% ligeiramente abaixo dos 78,3% registrado em 2010. No segmento de carga a taxa de ocupação foi de apenas 45,9%, abaixo do índice de 48,1% do ano anterior.
“Dado ao fraco desempenho das economias do ocidentais, o mercado de passageiros se saiu bem em 2011. Mas de modo geral o ano passado foi um ano de contrastes. Um crescimento saudável no mercado de passageiros, especialmente no primeiro semestre do ano, foi ofuscado pela queda no mercado de carga. O otimismo na China contrastou com a depressão na Europa. Ironicamente, o euro fraco manteve o demanda de viagens a negócios”, afirma a Iata em nota.
No mês de dezembro, a demanda no mercado de passageiros cresceu 5,4% na comparação com o mesmo mês de 2010, enquanto a oferta foi ampliada em 6,1%. Mas a tendência do mercado ao longo do segundo semestre é claramente de desaceleração. Com relação a novembro, a alta foi de apenas 0,7%, enquanto a taxa de ocupação no período caiu 0,2% e ficou em 76,8%. A capacidade no mercado de carga cresceu 4,4% em dezembro na comparação com o mesmo período de 2010 e a taxa de ocupação foi de 46,1%.
A América Latina liderou o crescimento da indústria, com um crescimento de 10,2% na demanda em relação a 2010. A região também a única onde o crescimento na demanda superou a ampliação da oferta de capacidade, que foi de 9,2%. Apesar disso, em dezembro, o crescimento de 8,% no tráfego foi superado pela ampliação da oferta, que foi de 11,1%. O crescimento na demanda nos Estados Unidos foi de apenas 1,3% no ano, enquanto na China a alta no mercado doméstico foi de 10,9%. A oferta foi ampliada na China em 7,8%, o que fez a taxa de ocupação ficar 82,2%.
O Brasil, por sua vez, teve alta de 13,7% na demanda no mercado doméstico no ano passado e incremento de 11,2% na capacidade. A taxa de ocupação ficou em 69,3%. Em dezembro, porém, a demanda cresceu 5,6%, enquanto a oferta subiu 9,6%, o que resultou numa taxa de ocupação de 69,6%.