A expectativa de aumento do ritmo de desaquecimento da economia levou a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) a revisar hoje (7), pela primeira vez desde o fim do ano passado, sua projeção para os resultados da balança comercial no ano. A estimativa de superávit subiu para US$ 6,2 bilhões, ante US$ 4,1 bilhões da previsão anterior. As importações deverão ter queda maior (-12,7%) do que as exportações (-6,1%), na comparação com o ano passado.
O diretor da entidade, José Augusto de Castro, disse lamentar que o resultado projetado, que ?poderia ser considerado excelente? não seja conseqüência de um aumento das exportações, mas de queda das importações. ?Um superávit provocado por redução nas importações não cria empregos ou desenvolvimento?, disse. A AEB projeta crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1,5% e 2%, ao contrário dos 2 5% a 3% estimados em dezembro de 2001, com ?forte retração das importações e, como conseqüência, elevado superávit comercial?.
Para a AEB, somente as exportações de produtos básicos serão um pouco maiores neste ano (0,7%) em relação ao ano passado. Nesse caso, os destaques de alta serão do petróleo em bruto (50%) e da carne suína (35%). Por outro lado, caem as vendas externas de industrializados (-8,2%), com destaque para os produtos manufaturados (-10,9%). As principais reduções deverão ser registradas em aviões (-30%), em conseqüência da já anunciada queda nas encomendas da Embraer, óleos combustíveis (-45%) e chassis com motor e carroçarias (-35%).