A advogada da Votorantim Cimentos, Gianni Nunes de Araújo, atacou a Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça durante defesa da companhia apresentada nesta quarta-feira, 22, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que julga hoje o suposto cartel nacional de cimento e concreto no Brasil. Ao alegar a falta de provas diretas da existência de conluio entre as maiores companhias do setor, a advogada classificou como uma “piada” a instrução do caso pela SDE.
“O processo nasceu do afã condenatório da SDE, que desde 2003 tentava chegar a uma condenação no setor de cimentos”, afirmou Gianni. A advogada disse ainda que a defesa da Votorantim não teve acesso a todos os documentos da acusação.
“A SDE foi leviana ao afirmar que houve aumento do preço de cimento durante o período investigado, mas não há nenhuma análise complementar de dados e informações que dê subsídios a esse documento”, destacou Gianni. “Não se pode condenar alguém baseado em interpretações que fogem à realidade”, acrescentou. Por isso, ela solicitou a exclusão da Votorantim do rol de acusados.
O órgão antitruste está ouvindo uma série manifestações das defesas dos acusados de cartel. Além da Votorantim, foram acusados o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento, da Associação Brasileira das Empresas de Concretagem e da Associação Brasileira de Cimentos Portland, a Intercement (antiga Camargo Corrêa Cimentos), a Cimpor do Brasil, a Cia de Cimento Itambé, a Cimentos Liz (antiga Soeicom), a Holcim Brasi, a Itabira Agro Industrial e a Lafarge Brasil.