Rio (AG) – As empresas estão lucrando com o vigor do adolescente para o consumo. Além do consumo direto, com a própria mesada, essa turma demanda cada vez mais investimento dos pais. Pesquisa do instituto Ipsos-Marplan mostra que 71% dos adolescentes das classes A e B e 48% das classes C, D e E fazem compras em shoppings.
?Os adolescentes são bem informados, conhecem e identificam produtos criados para eles e têm nas mãos o poder de decisão. Os segmentos de celulares, vestuário, jogos e cosméticos são hoje os que mais investem neles. Apesar de as classes A e B consumirem mais, o desejo é comum a todas as classes sociais, o que reforça o potencial?, diz Raquel Siqueira, diretora de Pesquisas Qualitativas da Ipsos Brasil.
Nem da auto-ajuda os adolescentes escapam. A consultoria americana FranklinCovey lançou o livro Os 7 hábitos dos adolescentes altamente eficazes, que vendeu 50 mil exemplares em quatro anos no Brasil. A FranklinCovey já faz seminários de um dia para adolescentes a partir de 14 anos, que custam R$ 300, e este ano lança um curso de um ano, por R$ 200 mensais. A editora Rocco coloca no mercado atualmente 60% mais títulos para adolescentes que há dois anos, reflexo do sucesso de Harry Potter.
?Em 2004, os produtos para adolescentes e pré-adolescentes representaram 5% do faturamento. As vendas para esse público subiram mais de 25%?, diz a diretora de Marketing do O Boticário, Elaine Simões.
A Nivea lançou em 2004 a linha Nivea Visage Young, que já equivale a 11% da receita dos produtos Visage. A Unilever aposta em desodorantes para adolescentes.
Nem o setor de turismo ficou fora da febre adolescente. A Forma Turismo, especializada em turismo jovem, pulou de 5 mil pacotes em 2002 para 20 mil em 2004. Segundo a agência, um adolescente gasta cerca de R$ 750 durante a viagem, incluindo saídas à noite, passeios e compras de lembranças.
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