A redução na quantidade de empregos criada pelo setor de açúcar e álcool é a principal responsável pela desaceleração do nível de emprego na indústria paulista, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em junho o nível de emprego cresceu apenas 0,26% em relação a maio, sem considerar o ajuste sazonal, e aumento de 0,43%, ajustado sazonalmente.
Na série sem ajuste, é o pior resultado do ano até agora. E na série com o ajuste, o segundo pior. No acumulado do primeiro semestre, a indústria paulista criou 142 mil empregos. O setor de açúcar e álcool foi responsável por 105,08 mil desse total, ou 74%. Em junho, por conta do ciclo da cana, o setor criou apenas 660 empregos, enquanto os outros 20 setores pesquisados criaram 5.043 mil postos.
De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, Paulo Francini, o comportamento de açúcar e álcool não chega a ser necessariamente negativo. Ao contrário, agora, com a redução da influência sazonal desse segmento, é possível ter uma idéia mais clara sobre o comportamento da indústria.
A redução do impacto de açúcar e álcool na criação de emprego deve se manter até novembro, quando ocorre o maior número de demissões do setor e também de outras áreas da indústria, que nessa fase já entregaram as encomendas de final de ano. Por isso mesmo, a Fiesp projeta um crescimento total do nível de emprego em 2007 entre 1,5% e 2%, o que significa um incremento de apenas 40 mil postos de trabalho.
Em 2006, o nível de emprego na indústria paulista fechou negativo em 0,25%, ou uma queda de cinco mil postos ante o total de 2005.
Em junho passado, o setor que registrou maior alta na criação de empregos foi fabricação de outros equipamentos de transporte (2 93% ante maio), puxado por Embraer. Em seguida veio a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, com incremento de 1% na mesma base de comparação.