ACSP: vendas no varejo em 2014 caem 4,46% no Estado de SP e 6,41% na capital

O volume de vendas no varejo ampliado do Estado de São Paulo caiu 4,46% no ano passado na comparação com 2013. Na capital, o desempenho foi ainda pior: queda de 6,41% ante o ano anterior. Os números foram divulgados nesta quarta-feira, 11, pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com base na arrecadação de ICMS fornecida pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.

De acordo com o economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo, no ano passado o comércio varejista foi afetado por fatores como o menor crescimento dos salários, a redução e o encarecimento do crédito destinado ao consumo, que acabam minando a confiança do consumidor para ir às compras. “Além disso, em 2014, tivemos fatores como a Copa do Mundo, as manifestações e a piora no trânsito, tudo isso atrapalham as vendas”, afirmou.

Segundo ele, a desaceleração do varejo foi uma tendência nítida durante todo o segundo semestre. “Os fatores macroeconômicos que impulsionam as vendas foram afetados”, reforçou, destacando também a inflação em alta.

SP versus Brasil

Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o varejo ampliado brasileiro teve redução de 1,7% ante 2013 e o restrito apresentou alta de 2,2% – a menor desde 2003.

Para o presidente da ACSP, Rogério Amato, os resultados do comércio paulista continuam sendo relativamente piores aos nacionais por conta efeitos mais intensos da contração do emprego industrial. “E o progressivo aumento da importância do interior concorre para a geração de resultados abaixo da média estadual para o caso da capital”, disse Amato.

Para Solimeo, São Paulo está “se tornando uma cidade de serviços”. “Isso faz com que o nível de salário fique mais baixo”, afirmou. “Estamos nesse processo de transição e o varejo reflete essa nova realidade”, completou.

Perspectivas

A pesquisa mostra ainda que o primeiro trimestre deste ano deve registrar alguma recuperação. No entanto, o resultado tende a ficar no campo negativo. Com base no Índice de Confiança do Consumidor do Estado de São Paulo (ICC), desenvolvido pelo Instituto IPSOS, a projeção da ACSP é que em janeiro as vendas no varejo no Estado tenham queda de 4,4%. Já em fevereiro e março o movimento deve cair 4,51% e 3,71%, respectivamente.

Já na capital, o comportamento projetado para o comércio segue a mesma tendência, porém indica quedas mais intensas, de 6,32% em janeiro, de 6,03% em fevereiro e de 4,68% em março.

Solimeo ressaltou que o resultado do ano vai depender do sucesso das medidas que serão adotadas na política econômica. “Apesar disso, sem contar com a hipótese de racionamento de energia e água, imaginamos que o varejo de São Paulo tenha uma queda de 3% ou 4% neste ano”, afirmou.

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