O Índice Nacional de Confiança (INC) do consumidor brasileiro caiu pelo quarto mês consecutivo e chegou a 117 em março. O resultado é o pior desde novembro de 2005, quando o indicador chegou aos mesmos 117 pontos.

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O INC acumula queda de 20 pontos neste primeiro trimestre de 2015. Em janeiro, o indicador de confiança nacional era de 137 pontos e em fevereiro caiu para 128 pontos. Em março de 2014, o indicador foi de 137 pontos. Já em março de 2013, o INC foi de 149 pontos.

O INC, encomendado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ao Instituto Ipsos, varia entre 0 e 200 pontos, sendo que 200 representa o otimismo máximo. Abaixo de 100 pontos está o campo do pessimismo e acima de 100 pontos está o campo do otimismo.

Para o presidente da ACSP, Alencar Burti, a diminuição da confiança dos consumidores brasileiros é um reflexo direto da atual crise econômica. “Os ajustes na economia, os aumentos de tributos, preços e tarifas e a alta do câmbio provocam quedas no poder aquisitivo e na confiança da população”, afirmou, em nota.

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Recordes

Pela 1ª vez desde a criação do INC, em 2005, a confiança da classe AB marcou 97 pontos, passando para “campo do pessimismo” (menos de 100 pontos). Em termos regionais, a confiança no Estado de São Paulo, com 104 pontos, também foi a mais baixa da série histórica.

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“A principal explicação para o maior pessimismo da classe AB é que, apesar de ela ter mais condições de enfrentar a crise, é a mais bem informada com relação ao noticiário econômico”, afirma Burti.

Apesar do recorde negativo para a classe AB, as demais classes também apresentaram uma visão mais pessimista. Por conta da piora nas condições de crédito e mais insegurança no emprego, a confiança dos consumidores da classe C marcou 123 pontos em março, 11 a menos do que em fevereiro (134 pontos). Já na classe DE a confiança, afetada pela alta dos alimentos e da energia, foi de 121 pontos contra 130.

Em termos regionais, o Nordeste foi a única região em que a confiança ficou estável, com 126 pontos em março ante os 125 pontos registrado em fevereiro. O Sudeste teve a maior queda na confiança, de 107 pontos em março contra 123 em fevereiro. Já no Sul, foram 113 pontos sobre 129 no mês anterior. E, por fim, no Norte/Centro-Oeste foram 134 pontos ante 154 em fevereiro.

Em relação ao resultado recorde do Estado de São Paulo, que registrou 104 pontos em março ante 117 em fevereiro, Burti explica que a menor confiança dos paulistas é resultado do processo de desindustrialização local. “Fatores como as crises hídrica e energética, desemprego maior e população melhor informada também contribuíram”, diz.

A pesquisa foi baseada em 1.200 entrevistas entre os dias 16 e 30 de março. A margem de erro é de três pontos.