O inadimplente típico na capital paulista é homem, tem entre 20 e 25 anos e renda entre dois e três salários mínimos, informa levantamento feito pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com 896 consumidores que compareceram ao balcão de atendimento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), entre os dias 1.º e 31 de março, para regularizar sua situação. A pesquisa mostra que a maioria dos inadimplentes deixou de pagar as contas porque perdeu o emprego ou porque perdeu o controle dos gastos. Assim que regularizar sua situação, a maioria dos inadimplentes pretende comprar um carro, informa o levantamento.
“A maior vítima da inadimplência atualmente é homem, jovem, típico consumidor emergente da classe C, que, ousado, sentiu-se estimulado a contrair crédito, devido à oferta abundante, mas acabou perdendo o emprego. O maior sonho de consumo dele, depois que recuperar o crédito, é comprar um carro”, afirmou o economista da ACSP, Emílio Alfieri.
De acordo com Alfieri, de forma geral, o levantamento mostrou que as causas da inadimplência não mudam muito em razão da renda, faixa etária e sexo. A maioria (56%) dos consultados disse que ficou inadimplente depois que perdeu o emprego – motivo apontado por 70% do grupo entre 20 e 25 anos. Em média, o descontrole dos gastos foi indicado por 14% dos consultados, mas por 23% dos inadimplentes na faixa de renda entre dois e três salários mínimos. A perda do emprego do titular ou de familiares foi o principal motivo da inadimplência para homens (60%) e mulheres (59%), seguido pelo descontrole de gastos, respectivamente com 14% e 13%.
Já os sonhos de consumo dos inadimplentes variam muito de acordo com o sexo. Entre os homens, 44% pretendem comprar um carro assim que regularizarem sua situação, contra 21% das mulheres. Em segundo lugar nas preferências, 13% dos homens pretendem comprar material de construção, enquanto 19% das mulheres pretendem comprar móveis. O imóvel é o sonho de consumo de 14% das mulheres e apenas 6% dos homens. Compras de roupas e calçados são desejados por 7% das mulheres e apenas 1% dos homens.
A Pesquisa do Perfil de Inadimplência foi realizada pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP.