ACSP: confiança do consumidor fica estável em março

O Índice Nacional de Confiança do Consumidor manteve-se em 157 pontos em março, mesmo índice registrado em fevereiro, de acordo com pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) encomendada ao Instituto Ipsos. Em março do ano passado, o índice estava em 150 pontos. O índice varia de 0 a 200 pontos, sendo que valores acima de 100 pontos indicam otimismo e, abaixo, pessimismo. De acordo com o economista da ACSP, Emílio Alfieri, a confiança, embora tenha caído nos últimos meses, permanece em patamares elevados. O recorde histórico da pesquisa foi registrado em dezembro do ano passado, com 163 pontos. Em janeiro de 2011, caiu para 161 pontos e no mês seguinte, para 157 pontos, patamar mantido em março.

Já a percepção do consumidor em relação à sua própria situação financeira registra queda há três meses consecutivos, de acordo com a pesquisa. Aqueles que responderam que sua situação financeira estava boa eram 56% em janeiro, caíram para 53% em fevereiro e 51% em março. Em janeiro, 20% disseram que sua situação estava ruim, índice que subiu para 22% em fevereiro e 25% em março. O restante dos consultados (24%) disse que sua situação financeira permanecia a mesma no mês passado ou não quis responder.

Os dados, na avaliação de Alfieri, indicam que os consumidores estão sentindo os efeitos das medidas de restrição ao crédito que vêm sendo adotadas desde o fim de 2010. “A diferença do placar entre os que veem sua situação financeira boa e ruim caiu 10 pontos porcentuais, de 36 pontos porcentuais em janeiro para 26 pontos porcentuais em março. Isso sugere que o consumidor está sentindo um pouco o impacto dessas medidas macroprudenciais, mas isso ainda não abala muito a confiança, que permanece elevada”, afirmou.

Em relação aos próximos seis meses, 55% dos entrevistados acreditavam em março que sua situação financeira deve melhorar (57% em fevereiro) e 7% acham que ela vai piorar (8% em fevereiro). Sobre o emprego, 46% estavam mais confiantes de que permaneceriam empregados em março, mesmo índice do mês anterior e, 19%, menos confiantes (17% em fevereiro).

A pesquisa também perguntou aos entrevistados quantas pessoas eles conheciam que haviam perdido o emprego. Entre os mil entrevistados, a média foi de 2,8 conhecidos demitidos em março, ante 3,3 em fevereiro e 3,6 em março de 2010. “A questão do emprego é fundamental para verificar a intenção de fazer compras a prazo. Isso mostra que, aparentemente, as medidas macroprudenciais não estão atingindo a produção a ponto de ser necessário demitir trabalhadores”, disse Alfieri.

Segundo o levantamento, 48% dos entrevistados disseram que se sentiam mais à vontade para adquirir eletrodomésticos (47% em fevereiro) e 23% responderam estar menos favoráveis (24% em fevereiro). O restante (29%) disse que sua intenção de compra de eletrodomésticos permanecia a mesma ou preferiu não responder.

Regiões e classe social

Os moradores da Região Sul foram os mais otimistas em março, com a confiança marcando 186 pontos (175 pontos em fevereiro), seguidos pelos das Regiões Norte e Centro-Oeste, com 173 pontos (178 pontos em fevereiro), Sudeste, com 159 pontos (168 pontos em fevereiro), e Nordeste, com 136 pontos (123 pontos em fevereiro).

O otimismo do consumidor em relação ao futuro da economia de sua região também ficou praticamente estável em março em comparação a fevereiro. 45% dos consultados acreditavam em março que a economia vai ficar mais forte, ante 44% em fevereiro, e 9% responderam em março que ela vai ficar mais fraca, ante 8% em fevereiro. O restante dos consultados (46%) respondeu acreditar que a situação econômica de sua região permaneceria igual nos próximos meses ou não quis responder.

Por classe social, a classe C foi a líder em termos de confiança, com 163 pontos em março (157 em fevereiro), seguida pelas classes A/B, com 152 pontos (156 em fevereiro), e pelas classes D/E, com 137 pontos (144 em fevereiro). De acordo com a ACSP, o resultado indica que as classes D e E estão sentindo com mais intensidade a inflação dos alimentos. “O poder aquisitivo das classes D e E é mais imediato, para compras de supermercado, e quem tem dinheiro contado pode ter sido mais afetado pela inflação dos alimentos”, afirmou Alfieri.

A pesquisa foi feita, entre os dias 22 e 31 de março, em nove regiões metropolitanas e 70 cidades do interior do País, com mil pessoas. A margem de erro é de três pontos porcentuais, para mais ou para menos.

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