O cadastro positivo, criado para identificar os bons pagadores, deve levar ao menos três anos para funcionar plenamente, disse nesta quinta-feira, 26, o economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas. “O Cadastro Positivo estará funcionando plenamente dentro de três a cinco anos”, afirmou ele, durante o Fórum Internacional sobre Cadastro Positivo no Mundo, em São Paulo.

continua após a publicidade

Em vigência desde agosto, o Cadastro Positivo é um banco de dados que ficará disponível para consulta do mercado. O consumidor em dia com suas contas deve pedir a inclusão de seu nome nesse cadastro e, com a comprovação de ser um bom pagador, pode negociar melhores condições de pagamento, como taxas de juros mais baixas e prazos mais longos.

Tingas disse que o maior benefício é a “redução da assimetria de informações”. Segundo ele, o Cadastro Positivo vai permitir que o consumidor conheça melhor suas finanças e os bancos ofereçam produtos específicos a cada tipo de público.

O economista afirmou que o mais difícil não é implementar tecnologia no sistema, mas educar tanto as pessoas quanto as instituições. “Devemos ter um bom número de pessoas cadastradas e todas entendendo com clareza a legislação em cerca de dois anos.” Ele preferiu não fazer um balanço de como o banco de dados está funcionando até agora, mas disse que “já está dando certo”

continua após a publicidade

Lorian Pollak, do Bank of America Merril Lynch, afirmou que nos Estados Unidos esse sistema funciona muito bem. De acordo com ela, o Merril Lynch usa as informações para criar linhas específicas de crédito para cada tipo de consumidor, mudar estratégias de acesso ao crédito e incentivar as pessoas a manter as contas em dia.

Questionada sobre se houve uma preocupação dos consumidores com sua privacidade, Lorian respondeu: “Houve menos preocupação com privacidade do que se os dados constantes no banco de dados estariam corretos.” Tingas afirmou que no Brasil existem as duas preocupações – privacidade e fidelidade de informações – por causa do grande número de fraudes que o ocorrem no País.

continua após a publicidade