Menor média salarial

Acordos salariais de metalúrgicos vão injetar R$ 570 mi no Paraná

 

Os acordos salariais dos metalúrgicos da Grande Curitiba injetarão R$ 573,9 milhões na economia do Paraná até 2014. O balanço das negociações foi divulgado ontem pelo sindicato da categoria (SMC) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Apesar do crescimento expressivo da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) paga pelas empresas, os dirigentes sindicais se dizem preocupados com o baixo aumento dos salários.

Até agora, 36 empresas do setor concluíram as negociações salariais deste ano. Enquanto os acordos de PLR e abonos tiveram crescimento médio de 16,75% e os valores pagos em vale-alimentação subiram em média 25,48%, o aumento real dos salários não ultrapassou 3,5%. “Apesar de apresentar o maior crescimento do Brasil nessa remuneração variável, que são os abonos e PLRs, o Paraná tem a menor média salarial dos estados do Sul e fica de 30% a 40% abaixo dos salários pagos em São Paulo”, diz o presidente do SMC, Sérgio Butka.

Menos encargos

Segundo o economista Sandro Silva, do Dieese, essa equação não é boa para o trabalhador. “Enquanto os reajustes salariais são incorporados e não podem ser retirados, o pagamento do PLR não é obrigatório, pode ser reduzido ou até não ser pago no ano seguinte. Na prática, os empresários estão encontrando uma forma de pagar menos encargos trabalhistas e dividir os riscos do negócio com o trabalhador, pois qualquer problema financeiro da empresa pode ser repassado aos empregados”, explica.

Achatamento prejudica economia

O montante de R$ 573,9 milhões inclui os acordos de reajuste salarial, PLR, vale-alimentação e abonos. Se consideradas apenas as negociações de PLR, o valor é de R$ 425,7 milhões. O destaque do ano novamente ficou com os trabalhadores da Volvo, que receberam, pelo segundo ano consecutivo, o maior acordo de PLR do Brasil no setor privado: R$ 34,2 mil.

Para Sérgio Butka, a política de ampliar a PLR e achatar os salários é prejudicial à economia do Estado. “É um vício complicado e perigoso, que afasta do Paraná a mão de obra mais qualificada e, consequentemente, as empresas que precisam dessa qualificação”, afirma.

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