Acordo suspende intervenção na Parmalat

São Paulo

– Os advogados da Parmalat Brasil e o juiz Carlos Henrique Abrão chegaram ontem a um acordo que suspende a intervenção judicial na empresa e institui uma administração livre, mas sob supervisão judicial. Os termos do acordo foram enviados pelo juiz Abrão ao Ministério Público no final da tarde de ontem.

De acordo com o advogado da Parmalat, Carlos Miguel Aidar, do escritório Felsberg & Associados, com o fim da intervenção judicial, a empresa poderá, eventualmente, vender ativos e até remeter divisas ao exterior.

No lugar dos interventores – que desde 9 de fevereiro estão no comando da empresa -, a Parmalat será administrada por um grupo de sete executivos de renome no mercado. Dentre eles, estão os três sócios da consultoria Íntegra, contratada pela matriz italiana para encontrar uma saída para a empresa. São eles: Nelson Bastos, um dos fundadores da Gradiente, Raul Rosenthal e Renato Franco. “Em função da credibilidade que portam, eles abrirão as portas do mercado para a Parmalat”, afirmou Aidar.

Hoje pela manhã será realizada uma assembléia na sede da Parmalat, em São Paulo, para aprovar o acordo e nomear os membros dos conselhos de Administração e Fiscal. Os conselheiros ficarão encarregados de apresentar um plano de recuperação financeira para a empresa. As grandes decisões do conselho, como venda de ativos e remessas de divisas, dependerão da aprovação de uma maioria qualificada (de cinco dos sete membros). A palavra final, porém, será sempre do juiz Abrão.

Segundo Aidar, o acordo poderá fazer com que a matriz italiana inclua o Brasil na lista dos países onde pretende manter suas atividades. “A não inclusão do Brasil no plano de reestruturação (anunciado na semana passada) se deveu à insegurança jurídica”, disse Aidar. “Com esse acordo, esperamos que o Brasil volte a ser incluído nas lista de prioridades.”

Paralelamente ao acordo entre Abrão e os advogados da Parmalat, a Justiça concedeu ontem uma liminar para reintegrar os diretores da empresa que haviam sido afastados pelo juiz Abrão.

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