Depois de quatro horas de negociação entre o ministro dos Transportes, João Hennrique de Almeida Sousa, e a Comissão Nacional dos Caminhoneiros, na quinta-feira à noite, em Brasília, ficou acordado o fim da greve nacional dos caminhoneiros, iniciada no último domingo.
No Paraná, a paralisação já havia sido suspensa na quarta-feira. De acordo com o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Paraná (Sindicam-PR), Diumar Cunha Bueno, ?o acordo foi considerado pela Comissão Nacional como satisfatória pelas circunstâncias?. Cinco reivindicações foram atendidas pelo Ministério dos Transportes.
?Nesse período de trinta dias, vamos trabalhar pelas outras reivindicações que não foram atendidas?, comentou Bueno. Entre elas está a questão do óleo diesel – a categoria pedia a redução de 30% no valor e congelamento do preço durante seis meses. ?É uma questão complicada?, admitiu o presidente do Sindicam-PR.
Já as reivindicações atendidas se referem principalmente à questão de segurança e vale-pedágio. Ficou definida a instalação imediata de cem estações fixas de rádio (PX) em postos da Polícia Rodoviária Federal e aprovada a compra de mais de 400 rádios, com processo de licitação já em andamento. Com relação ao vale-pedágio, o presidente Fernando Henrique Cardoso deve emitir medida provisória com força de lei para que até 15 de outubro todas as concessionárias apresentem um modelo único de cupom pedágio, aceito por toda as praças de pedágio no País.
Sobre a cobrança de multa por excesso de peso, ficou definido que o embarcador será multado toda vez que for o único remetente da carga. Além disso, o ministro enviou ofício ao governo dos estados para adotarem as mesmas medidas nas rodovias estaduais. Também foi suspensa a emissão das AETs, e o crédito do ICMS para cooperativas e associados será tratada no Confaz (Conselho de Política Fazendária), com solicitação de atendimento do Ministério dos Transportes. Daqui a trinta dias acontece nova reunião de avaliação com o ministro dos Transportes João Henrique.
Em todo o Paraná há 80 mil caminhoneiros autônomos e 60 mil de frota. Segundo Diumar Bueno, 90% dos autônomos aderiram à greve e 70% de modo geral.