Um acordo de cooperação técnica para introduzir a tecnologia de produção do alho livre de vírus entre os principais produtores do País será assinado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Hortaliças e a Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa) até o final do mês. O acordo prevê que o processo de limpeza seja realizado nas variedades de alho nobre Quitéria, Ito e Caçador, as mais utilizadas pelo setor.
O presidente da Anapa, Rafael Jorge Corsino, acredita que a tecnologia vai melhorar a produtividade e a qualidade dos bulbos e reduzir os custos de produção. Ele destaca o trabalho de uma empresa mineira que já adotou esse sistema, em parceria com a Universidade de Botucatu, e obteve uma redução entre 30% e 40% na quantidade de adubo aplicado.
De acordo com Corsino na região dos Cerrados, a produtividade do alho é de 15 toneladas por hectare até 20 toneladas por hectare. ?É a maior do mundo, no entanto, isso não tem sido suficiente parta superar a concorrência do alho importado da Argentina e, principalmente, da China?, explicou.
Para o pesquisador da Embrapa Hortaliças, André Nepomuceno Dusi, a importação do produto para o plantio é uma preocupação dos pesquisadores. Ele aponta para o risco de agricultores plantarem o alho importado destinado ao consumo, acreditando que sejam mais produtivos. ?Há insetos e doenças que não ocorrem no Brasil e que podem ser introduzidos e contaminar toda a lavoura com um agente para o qual não temos a tecnologia de controle?, informou.
