São Paulo – Depois de nove horas de negociação, empresários brasileiros e argentinos do setor têxtil entraram em acordo, ontem, sobre a exportação de tecidos denin (um tipo de brim). Ficou acertado que o Brasil poderá vender à Argentina até 15 milhões de metros lineares. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Paulo Skaf, o acordo ajudará a reverter a decisão do governo argentino de tornar não-automático o licenciamento da importação de tecido brasileiro.

O país vizinho comprou pouco denin do Brasil em 2002 (5,4 milhões de metros) por causa da crise. Com a recuperação da economia, a importação argentina aumentou bastante no ano passado, atingindo 19,3 milhões de metros lineares. Os empresários daquele país não gostaram e para reduzir as compras e dificultar a entrada de tecido brasileiro o governo portenho criou um entrave burocrático. Segundo cálculos da Abit, a média dos últimos anos de exportação para a Argentina foi de 12 milhões de metros lineares. A crise dos têxteis entre Brasil e Argentina chegou a colocar em risco as boas relações entre os dois países.

A delegação argentina que veio ao Brasil foi comandada pelo presidente da Câmara Argentina de Produtores de Denim, Carlos Basaldúa. Skaf explicou que com o acordo ficam preservados os princípios do Mercosul, que não permite restrições quantitativas ao comércio entre países do bloco.

Skaf disse que enquanto o Brasil é o maior mercado argentino, a Argentina é o segundo maior mercado para os brasileiros.

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