O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse nesta segunda-feira, dia 1º, que o acordo firmado entre o Mercosul e a União Europeia (UE) na semana passada foi o maior acordo comercial da história, considerando o número de países envolvidos.

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“Apesar de ser um acordo comercial, ele não trata apenas de tarifas e cotas, mas também de diversas questões da economia do século 21”, afirmou. “O acordo envolve 25% do PIB global, é uma mudança de paradigma”, completou.

Segundo Troyjo, todos os países que conseguiram mudar de patamar nos últimos 70 anos, sejam asiáticos ou europeus, deram ênfase muito grande ao comércio exterior como trampolim para o seu crescimento econômico.

O secretário lembrou ainda que Brasil e Argentina têm hoje as menores proporções de comércio exterior em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) dentre os países membros do G-20.

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“Sempre ouvimos que exportar é o que importa, mas a lição dos países ricos mostra que importar também é o que exporta. Estamos abandonando visão dos velhos cânones da substituição de importações e passando para inserção econômica internacional mais efetiva”, acrescentou.

Troyjo disse ainda que o acordo foi possível em meio à conjuntura de “guerra comercial” entre Estados Unidos e China e em um ambiente global de maior protecionismo. “Há conjuntura externa favorável com países tentando encontrar saída para protecionismo”, avaliou.

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O secretário citou ainda os esforços do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da Argentina, Maurício Macri. “Houve uma conjunção feliz de ter governo liberal na Argentina. E o Brasil agora tem política econômica e comercial andando de mãos dadas”, afirmou.

Corrente comercial

Marcos Troyjo também disse que o acordo trará um aumento significativo na corrente de comércio (soma de exportações e importações) brasileira nos próximos 15 anos.

Segundo ele, empresas já colocarão “na sua tela de radar” o fato de o Mercosul já ter firmado o acordo com a União Europeia. “Não é verdade que vai demorar muito tempo para economia sentir efeitos do acordo”, avaliou.

O secretário repetiu que o acordo não trata apenas do comércio entre os dois blocos. “O acordo também trata de padrões, e com isso nos preparamos para os grandes acordos comerciais do século 21. Tarifas e cotas são coisas do século 20, mas esse século tratará mais de padrões. Isso também ajudará o Brasil a ter a estrutura necessária para se tornar membro pleno da OCDE”, avaliou.

Segundo Troyjo, acordos externos funcionam como catalisadores, ou aceleradores, de reformas internas. “O grande acordo comercial que o Brasil precisa fazer e com ele mesmo, ou seja, harmonizando as condições internas para que o País possa competir internacionalmente”, completou, citando reformas da Previdência, Tributária e do Estado.

O secretário ponderou ainda que esses acordos internacionais não podem ser encarados como a solução de todos os problemas, reforçando a necessidade de continuar a se tomar medidas de promoção comercial. Ele lembrou as negociações em curso com Canadá, Coreia do Sul e Japão.

“Temos também oportunidade de avançar em nossas relações comerciais com os Estados Unidos, que hoje ainda estão bem aquém do que deveriam ser”, apontou.