Rio – O fracasso nas negociações entre o governo e as operadoras de telefonia fixa deve levar a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a adiar o anúncio do reajuste das tarifas, que estava marcado para ontem. Com isso, o aumento médio de 28,75%, que entraria em vigor no próximo domingo, deve ser adiado por tempo indeterminado.

O pedido de adiamento foi feito pelo ministro das Comunicações, Miro Teixeira. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ficou satisfeito com o acordo fechado entre Anatel e operadoras, que previa o repasse integral do IGP-DI para as tarifas de uma única vez, sem parcelamento.

No acordo fechado entre a Anatel e as operadoras, a assinatura residencial e o pulso subiriam 24,5% no caso da Telefônica e 25% para a Telemar e a Brasil Telecom. A habilitação, assinatura não-residencial e tronco sobem 41,75% para as três empresas.

O presidente solicitou ao ministro das Comunicações que intercedesse junto à Anatel para que o reajuste das tarifas de telefonia fixa não seja autorizado neste momento.

No ofício encaminhado pelo ministro ao presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura, o ministro informa que Lula pede o adiamento “até que seja celebrado acordo que resulte em tarifas justas e coerentes com o interesse público e com a política econômica em vigor”.

A Anatel não se pronunciou sobre o assunto.

O presidente da Telefonica, Fernando Xavier, criticou a dificuldade de fixar os aumentos anuais.

Segundo ele, é injusto o rótulo de “vilão” que é dado para as operadoras de telefonia no momento da negociação do reajuste das tarifas.

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