São Paulo – O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), reafirmou ontem que a pré-condição para que o governo brasileiro renove o acordo com o FMI é a garantia da retomada do crescimento econômico. Segundo ele, o governo vai negociar à exaustão para que isso seja feito pelo Fundo. “Nós temos agora condições para negociar um acordo que ainda permita uma reserva cambial estratégica para enfrentar qualquer turbulência internacional, mas o preço não pode ser não crescer, não produzir e não gerar emprego”, afirmou o senador, destacando que o Brasil só aceitará um novo acordo que siga essas bases.

Caso o FMI não aceite uma negociação nesses termos, Mercadante disse que o Brasil não renovará o acordo. “Se o preço desse acordo for impedir o crescimento econômico, não faremos essa opção”, afirmou, ponderando que as condições econômicas do País são hoje muito diferentes das de 1998, quando da assinatura do primeiro acordo e também de 2002, quando foi feita a última revisão.

Além da melhora da economia brasileira, ele citou que o FMI vem sendo criticado por vários segmentos da sociedade, o que exporia a fragilidade da instituição. “Uma experiência exitosa seria importante tanto para o Brasil como para o Fundo”, disse o senador, apostando na disposição de um acordo de outro tipo com o organismo, em que as exigências em relação ao Brasil seriam mais brandas e o Fundo espaçaria o monitoramento que faz da economia brasileira.

“Se o Fundo não acompanhar essa possiblidade, é melhor correr o risco de caminharmos com os próprios pés”, disse Mercadante, que participou da Conferência Internacional “Desenvolvimento Econômico e Justiça Social: Perspectivas e Desafios”, promovida pelo Forum das Américas.

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