Um levantamento do Bank of America Merrill Lynch com gestores de fundos globais mostra que 54% dos entrevistados acreditam que as ações e bônus estão com sobrepreço, o maior patamar histórico desde o início do levantamento.
Segundo o levantamento, as operações que atraem mais investidores são as com papéis de alta qualidade e bônus corporativos com grau de investimento na Europa e nos Estados Unidos. Isso levanta temores de que esse ativos possam sofrer uma liquidação ao mesmo tempo, revertendo a tradicional ideia de que os preços dos títulos sobem quando as ações caem. Isto pode ser acelerado caso bancos centrais com o do Japão e dos Estados Unidos enfraqueçam seu compromisso com políticas monetárias altamente acomodativas.
“Investidores enxergam uma inequívoca vulnerabilidade a um “choque de bônus” entre ativos de risco, sendo que as operações mais “crowded” envolvendo títulos que rendem juros negativos e ações em mercados emergentes são vistas como as mais suscetíveis caso o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o Banco do Japão (BoJ) fracassem em reduzir a volatilidade em setembro, disse Michael Hartnett, estrategista-chefe de investimento da Merrill Lynch.
Ao mesmo tempo, os fundos hedge relataram também ter a maior exposição ao mercado acionários desde maio de 2013, quando houve uma liquidação de Treasuries após o Fed sinalizar que iria iniciar a redução de seu programa de bônus, um evento que ficou conhecido por “taper tantrum”.
Gerentes de fundos mantinham 5,5% de suas posições em dinheiro este mês, abaixo das máximas recentes que chegaram a 5,8%, mas ainda em patamares elevados.
Apesar disso, muitos investidores acreditam que as políticas de “dinheiro fácil” devem permanecer em campo por algum tempo ainda. 83% dos entrevistados disseram acreditar que o BoJ e o Banco Central Europeu (BCE) irão manter juros negativos nos próximos 12 meses. Fonte: Dow Jones Newswires.
