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Aço leva País a abrir disputa com os EUA

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, vai encontrar em sua mesa, assim que assumir, um importante dossiê: uma disputa com o Brasil no comércio de aço, sua principal bandeira usada na campanha para angariar o voto dos descontentes com a globalização. O Itamaraty vai abrir uma queixa contra o governo dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) e se o processo será ainda iniciado sob a gestão de Barack Obama, será no governo de Trump que o caso de fato terá de ser analisado.

O processo será apresentado à secretaria da OMC até sexta-feira desta semana e a decisão política já foi tomada. O contencioso se refere a uma sobretaxa sobre o aço laminado brasileiro que foi imposta contra o País há dois meses. Mas o setor nacional já vinha sendo afetado há meses, desde que os americanos passaram a investigar as exportações nacionais. Washington acusa a produção brasileira de ser subsidiada e, portanto, entrando no mercado dos EUA com preços injustos.

Empresas como a CSN e Usiminas passaram a ser sobretaxas em 11%, afetando a capacidade dessas exportações competirem no mercado americano. Apenas em 2015, o Brasil vendeu quase US$ 1,3 bilhão em chapas de aço laminado ao mercado americano.

Tarifas.

Mas Trump prometia até mesmo elevar as tarifas de importação e rever acordos comerciais. Em muitos de seus discursos, a proteção ao setor do aço americano foi o carro-chefe da campanha de Trump nos EUA, principalmente nos estados com altas taxas de desemprego. Num dos debates com Hillary Clinton, o presidente eleito chegou a dizer que visitou comunidades afetadas pela “invasão (do aço) da China e de todas as partes do mundo”.

Trump ainda contratou como seu principal assessores para comércio um ex-CEO de uma siderúrgica local. O escolhido foi Dan DiMicco, ex-presidente da siderúrgica Nucor Corp. Conhecido como um crítico do livre-comércio, ele acaba de publicar um livro sobre como apenas a produção nos EUA pode voltar a “fazer a economia americana forte”.

Usando a situação de algumas das cidades afetadas pela importação de aço, portanto, Trump alertou que a globalização havia ajudado a “elite financeira, enquanto deixou milhões de trabalhadores sem nada”. Num dos momentos mais importantes da campanha, ele chegou a discursar em uma siderúrgica, em um palco repleto de metal. “Eles conseguem a expansão de seus negócios e nós o desemprego”, disse, sobre acordos comerciais. Em outro discurso, em meados de julho, ele ainda alertou que os EUA “já vivem uma guerra comercial”. “E estamos sendo derrotados.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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