Doenças relacionadas ao uso de agrotóxicos, amputações de membros em serrarias e cerâmicas, mortes em canteiros de obras e lesões por esforço repetitivo (LER/Dort) são os principais acidentes de trabalho e doenças ocupacionais registrados no Estado segundo o Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR). No Estado estão em investigação 866 casos sobre irregularidades no meio ambiente do trabalho, mas mesmo assim o Paraná tem o que comemorar no Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho, que será lembrado amanhã.
?Mesmo tendo muito o que melhorar ainda, verificamos o aumento da preocupação com o meio ambiente dos funcionários em muitas empresas paranaenses, coisa que era ignorada até poucos anos?, conta a procuradora Marília Massignan Coppla, que faz parte de um núcleo de cinco procuradores que se ocupam apenas desse assunto. ?Curitiba lidera as investigações, mas isso porque a cidade concentra muitas empresas e ainda dependemos muito de denúncias, o que acontece mais em lugares mais organizados?, revela.
Não há dados sobre como os acidentes e doenças influenciam na economia do Estado, mas de acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OIT), cerca de 2 milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo todo em decorrência do problema. ?Com isso, deixa-se de ganhar aproximadamente 4% do PIB no planeta. É um problema que não dá para ser ignorado?, avalia a procuradora.
Na América Latina e Caribe, o panorama é ainda mais grave: de acordo com o International Journal of Occupation Health, os países nestas regiões chegam a gastar 10% do valor do PIB com acidentes de trabalho.
No Brasil, entre 1999 e 2003, foram registrados 1,8 milhão de acidentes de trabalho, dos quais pouco mais de 15 mil resultaram em morte.