Os financiamentos bancários e os parcelamentos no cartão de crédito dos valores das motocicletas tomaram uma fatia significativa do mercado de consórcios destes veículos, disse o diretor executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), José Eduardo Gonçalves.
Segundo o executivo, esse comportamento de mercado é algo que preocupa a Associação que, junto com as montadoras afiliadas, está se esforçando em ações que visam a ampliação dos consórcios nas vendas de motocicletas no País. Hoje, as vendas financiadas pelos bancos e parcelamentos no cartão de crédito respondem por 38% de todas as vendas. Os consórcios, estão com 30%.
“Há um ano, as vendas eram divididas igualmente em um terço para cada modalidade de financiamento das motocicletas”, disse Gonçalves. Em 2011, 60% das vendas eram financiadas por bancos e cartões e 40% das vendas eram feitas pelos consórcios.
A explicação, de acordo com ele, é que está sendo um esforço muito grande dos bancos de montadoras para financiar as vendas principalmente neste momento em que o consumidor está, aos poucos, colocando suas contas em ordem.
“A liberação dos recursos das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) é uma alternativa para o consumidor colorar suas finanças em dia”, observou o diretor da Abraciclo. Segundo ele, o consórcio sempre esteve presente neste mercado e a intenção é mantê-lo forte.
“É contraditório porque 85% dos compradores de motocicletas são pessoas das classes C, D e E, que estão ainda tentando organizar suas contas e apenas 15% são das classes A e B”, observou Gonçalves. Hoje existem 2,5 milhões de cotas de consórcios de motos ativas de um total de cerca de 5,5 milhões de cotas totais de consórcios no Brasil.