O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), Herculano Anghinetti, comentou, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a decisão do governo de não alterar os multiplicadores da tributação de refrigerantes, que valeria a partir de hoje, foi “sábia”. “O não reajuste em outubro de 2013 levou a uma reação nas vendas da indústria, porque o consumo da nossa bebida possui uma elasticidade considerável em relação a preços”, disse.
Segundo ele, a incidência do imposto em outubro de 2012 levou a indústria a reajustar os preços ao consumidor, o que comprometeu volumes vendidos em 2013. Dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, mostram uma queda de 2% na fabricação da bebida no ano passado. Ainda com base em informações do Sicobe, janeiro também foi um mês de queda para o setor, mas fevereiro e março foram positivos. Nos três primeiros meses do ano, a fabricação da bebida acumula alta de 2,3%, passando de 3,920 bilhões de litros para 4,011 bilhões de litros.
“O governo foi muito sensível com relação às nossas informações e pedidos. Estamos muito esperançosos para 2014. Ele está caminhando para um ano bom, caso a renda da população cresça, o endividamento das família diminua e o governo mantenha as tabelas de tributação atuais”, falou, se referindo a outubro, quando um novo reajuste está previsto para a carga tributária de bebidas frias. “Caso haja novo aumento, será um caos, porque a indústria não conseguirá absorver sozinha”, declarou.
A mesma opinião foi emitida para a manutenção da tributação da água mineral em zero. “A decisão também foi sábia e ela tem nosso aplauso”, disse.
Com relação aos reajustes do redutor que define a tributação de IPI, PIS e Cofins de refrescos, isotônicos e energéticos, Anghinetti informou que a indústria está calculando os impactos que o aumento pode ter nos preços ao consumidor e que provavelmente amanhã terá uma posição sobre o assunto.