A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) tem uma perspectiva positiva para este ano em relação aos investimentos no setor de bens de capital. “Pode haver espaço para um aumento de 5%, 6%, a ser confirmado nos próximos meses”, disse o diretor secretário da entidade, Carlos Pastoriza.
Ele disse que os estímulos do governo adotados no ano passado – como a desoneração da folha de pagamento, a extensão do PSI-Finame e a desoneração de alguns setores – já estão dando resultados. “(Esses estímulos) vão gerar um impacto positivo importante no início deste ano, principalmente para máquinas seriadas.” Pastoriza acredita que no segundo semestre, por conta das concessões que o governo está fazendo, haja a reativação do setor de equipamentos sob encomendas. “No entanto, temos de observar quanto do market share desse crescimento (nos investimentos) irá para as empresas nacionais.”
O diretor secretário da Abimaq mostrou preocupação com a queda das exportações. Em janeiro, as exportações atingiram US$ 699,9 milhões, recuo de 20,8% na comparação com dezembro e baixa de 24,1% ante janeiro de 2012. Pastoriza ressaltou que, nos últimos anos, a tendência era de crescimento, com poucos solavancos, e nos últimos três meses houve queda. Ele explicou que parte do recuo é explicado pela baixa sazonal no total de embarques e pelo fato de o mercado externo, de um modo geral, não estar em um “momento entusiasmado” para fazer investimento. “Mas ainda é cedo para ter um diagnóstico para as exportações, se (os últimos resultados) representam uma tendência ou se foram só um solavanco.”
Pastoriza disse ainda que o câmbio a R$ 2 está “completamente longe da realidade para a indústria de transformação”. “O governo está agindo na direção certa, o real já esteve mais valorizado, mas ainda é insuficiente. O setor de transformação está sendo dizimado”, comentou. Em razão disso, ele disse que a Abimaq sugere três ações ao governo: regulamentação do conteúdo local, complementação da recuperação dos impostos na cadeia produtiva e que o governo avance mais na questão da defesa comercial. “Queremos neutralizar a guerra cambial, que o Brasil, com certeza, está do lado perdedor.”