A indústria mineira de máquinas e equipamentos prevê demitir trabalhadores nos próximos meses devido ao baixo número de pedidos em carteira e ao cenário macroeconômico adverso. Conforme o diretor regional de Minas Gerais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Luiz Moreira Veneroso, em 12 meses as demissões no Estado no setor somam três mil trabalhadores. “Em agosto foram 350 demissões e em setembro vai haver um pouco mais. As demissões estão praticamente encomendadas. Se a economia reagir hoje, pode evitar esse movimento, mas se não houver essa sinalização, e é o que está parecendo, as demissões são certas”, disse ao Broadcast, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 24.
Segundo ele, o pessoal da produção – o “chão de fábrica” – é o primeiro da lista de demissões. “As dispensas que tiveram que ser feitas até o momento atingiram esse pessoal, mas elas tendem a passar para outros setores, como os de engenharia e o administrativo”, disse, ressaltando que os cortes só não são maiores porque a indústria requer qualificação do profissional. “Mesmo assim, hoje, não temos problema de encontrar gente qualificada, como aconteceu até 2010. A indústria já consegue achar profissionais qualificados e mais baratos”, ressaltou.
Faturamento
Com relação ao faturamento nacional para o ano, a Abimaq prevê uma queda entre 15% e 20% em termos reais. No ano até agosto, segundo dados apresentados hoje, o faturamento mensal do setor no Brasil caiu 16,6%, para R$ 45,982 bilhões. Em Minas Gerais, Veneroso disse que o porcentual de recuo deve ficar mais acentuado tanto no ano quanto em agosto (os dados estaduais são divulgados com defasagem de cerca de um mês e meio), devido à forte influência negativa do setor de siderurgia e mineração. No Estado, os segmentos mais presentes são equipamentos pesados para a indústria de transformação, siderurgia, commodities, agrícola, cimento, mineração e petróleo.
Para o diretor regional da Abimaq em Minas Gerais, o próximo governador do Estado precisa dar prioridade a outros setores da indústria, além de siderurgia, mineração e commodities agrícolas. “É preciso haver um plano setorial mais adequado e de médio e longo prazo. A economia do Estado não pode pensar mais em imediatismo”, declarou.