Apoiada por um dólar mais competitivo, a indústria de máquinas e equipamentos, representada pela Abimaq, prevê terminar o ano com exportações superiores a US$ 10 bilhões, o que a aproximaria do recorde de embarques alcançado pelo setor há seis anos.
Nesta terça-feira, ao apresentar os resultados das fábricas de bens de capital mecânicos em julho, o presidente executivo da Abimaq, José Velloso, projetou exportações de US$ 10,2 bilhões em 2018. Em 2012, melhor ano nas vendas externas, as exportações chegaram a US$ 11 bilhões, se considerados os produtos que fazem parte hoje das estatísticas da Abimaq.
Nos sete primeiros meses do ano, os embarques chegaram a US$ 5,5 bilhões, permitindo o crescimento de 4,7% da receita dessa indústria, já que as vendas internas caíram 4,9%.
Segundo Velloso, o bom desempenho das exportações explica a recuperação do faturamento, o maior uso de capacidade instalada das fábricas e a recuperação de 10 mil vagas de emprego no setor após a recessão.
Ele observou que, com o dólar mais caro, os exportadores estão tendo mais receita nas exportações. “As empresas que exportam terão ano com resultado muito bom … Quem está no mundo das exportações vai ter um alento. O Brasil está voltando ao pico das exportações de máquinas”, declarou o presidente de uma entidade na qual metade dos associados exporta. Cerca de 50% das exportações de máquinas vão para Europa e Estados Unidos.
Ainda assim, o executivo considerou que a volatilidade cambial é “péssima” para as transações com o exterior. “Não sei quanto estará o dólar no dia em que vou converter as exportações para reais.”
Ao tratar da queda da demanda por clientes no Brasil, Velloso comentou que as incertezas sobre as eleições pesam sobre as encomendas, mas que o custo do dinheiro e a falta de crédito inibem mais os investimentos. “A insegurança política não é o maior problema.”