No ano até julho, a indústria de máquinas e equipamentos teve faturamento bruto real de R$ 40,683 bilhões, o que representa uma queda de 14,5% ante igual período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 26, pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na primeira coletiva de seu novo presidente nacional, Carlos Pastoriza. Segundo a entidade, levando em conta apenas o mês de julho, o setor faturou R$ 5,746 bilhões, queda de 6,1% ante junho. Na comparação com julho de 2013, o faturamento bruto real registrou recuo de 20,3%. Segundo ele, o desempenho reflete a pior crise do setor dos últimos 20 anos.

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“O faturamento em julho do ano passado já foi muito ruim. O resultado desse ano é pior que o menor resultado da crise, no início de 2009 e é o pior dos últimos 20 anos. Estamos no fundo do poço”, disse Pastoriza. Ele alerta que o problema não é somente do setor de máquinas e equipamentos. “É um problema do País. Outros setores da economia não estão investindo, praticamente todos, o que acarreta em perda de competitividade para a indústria como um todo”, declarou.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos totalizou R$ 62,931 bilhões nos sete primeiros meses deste ano, baixa de 14,8% em relação a igual período de 2013. Em julho, o consumo aparente atingiu R$ 8,816 bilhões, o que representa uma alta de 1,2% ante junho deste ano. Já em relação a julho de 2013, houve um recuo de 22,4%. Segundo a Abimaq, se eliminado o efeito cambial, o resultado nos sete primeiros meses do ano torna-se negativo em 19,9% em relação aos mesmos meses do ano passado.

“O consumo aparente mensal está há um ano caindo expressivamente. O mercado local está perdendo participação de mercado no País. Para se ter uma ideia, em 2001, a fatia das importações era 30%, em 2008, passou para 51% e em 2014 está em 72%”, disse. Os preços das máquinas e equipamentos no acumulado de 2014 até julho recuaram 1,5% (Índice de Preço ao Produtor – IPP) ante alta de 3,8% do IPCA, o que reflete em menores margens das empresas do setor, já que os preços variaram menos do que os custos. Um dos motivos diretos desse comportamento, conforme o presidente, é a apreciação do real e um mercado “anêmico”.

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As exportações de máquinas e equipamentos já somam US$ 7,857 bilhões no acumulado do ano até julho, com alta de 18,2% ante o mesmo período do ano passado, enquanto as importações alcançaram US$ 17,190 bilhões, queda de 9,7% ante igual período de 2013. Em julho, as exportações atingiram US$ 1,232 bilhão, alta de 20,6% ante junho e avanço de 10,3% ante o mesmo mês do ano passado. Já as importações totalizaram US$ 2,552 bilhões em junho, alta de 13,9% ante junho e um recuo de 10,6% ante julho de 2013.

O déficit comercial do setor, por sua vez, chegou a US$ 9,333 bilhões de janeiro a julho, redução de 24,7% em relação aos sete primeiros meses do ano passado. Levando em conta apenas o mês de julho de 2014, o déficit comercial de máquinas e equipamentos apresentou alta de 8,2% na comparação com junho, para US$ 1,320 bilhão. Em relação a julho de 2013, o resultado representa uma baixa de 24%.

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De acordo ainda com dados da Abimaq, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) fechou julho em 75,1%, 0,8 ponto porcentual menor do que o resultado registrado em junho e 3,0 pontos menor do que o mesmo mês de 2013. A carteira de pedidos teve queda de 0,4% ante junho, mas melhorou em 3,1% na comparação com julho de 2013.

Em julho, o setor somou 250.279 empregados, queda de 0,7% na força de trabalho em relação a junho. Na média dos sete primeiros meses do ano, a entidade afirma que a retração do quadro de pessoal foi da ordem de 2,4% em relação ao mesmo período de 2013, ficando abaixo dos níveis de 2011.