Uma cotação do dólar entre R$ 2,60 e R$ 2,70 permitirá que a indústria de transformação brasileira recupere o market share perdido com os importados no último ano. A avaliação foi feita nesta quarta-feira, 29, pelo diretor de Competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mário Bernardini.
Durante entrevista coletiva para comentar os resultados de setembro do setor, ele afirmou que esse nível de câmbio poderá provocar um crescimento mínimo de até seis pontos porcentuais para o segmento em 2015. Bernardini afirmou que a cotação atual, em torno de R$ 2,45, já tem dado mais fôlego para a indústria nacional.
ICMS e PIS/Cofins
Para o presidente executivo da Abimaq, José Velloso, o ano de 2015 poderá ser melhor para a indústria de máquinas brasileiras porque 2014 “foi muito ruim” – e não necessariamente em função de uma retomada do setor. De acordo com o dirigente, a queda de 16% no faturamento do setor no acumulado do ano, até setembro, é resultado dos três anos de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País.
“2015 poderá ter uma recuperação, mas nada mensurável no momento. Pior do que está é difícil”, afirmou. Ele disse acreditar no discurso de mudança da presidente Dilma Rousseff e defendeu que as duas propostas do governo, de unificar o ICMS e simplificar o PIS/Cofins, seriam “excepcionais” para a indústria. “Se fossem aprovadas em 2014, terminaríamos o ano muito bem para começar 2015”, afirmou.