Abimaq: desvalorização do real ainda tem impacto modesto no setor de máquinas

A desvalorização do real ante o dólar ainda está tendo um impacto “modesto” para a indústria de máquinas e equipamentos do Brasil, avaliou nesta quarta-feira, 25, o diretor de Competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mario Bernaddini.

Segundo ele, o efeito ainda não foi sentido porque a cesta de moedas de países com os quais o setor brasileiro comercializa também acompanhou o movimento de desvalorização frente ao dólar. Dessa forma, os fabricantes nacionais ganham competitividade ante o concorrente americano, mas não ante o europeu, por exemplo.

Em entrevista coletiva para comentar os resultados do setor de fevereiro, ele avaliou que, para aumentar a competitividade no mercado internacional, a indústria de máquinas nacional precisa de um dólar a R$ 3,50, desde que as moedas dos outros concorrentes não se desvalorizem ante a divisa norte-americana.

O economista afirmou que, com a desvalorização do real, há um início de substituição das importações por produtos locais. Ele ponderou, no entanto, que a volatilidade da moeda está impedindo que esse movimento de substituição ganhe força.

Faturamento

Apesar da melhora nas vendas para o mercado interno, o crescimento do faturamento do setor de máquinas e equipamentos em janeiro (3%) e fevereiro (7,3%) deste ano se deu em razão da baixa base de comparação de iguais meses do ano passado, avaliou Bernaddini. Segundo ele, essa é a “única explicação” para a melhora.

O chefe de gabinete da presidência da Abimaq, Lourival Júnior, por sua vez, avaliou que, apesar da melhora no faturamento nos últimos dois meses, não há nenhuma sinalização atualmente de que o faturamento da indústria de máquinas será melhor em 2015 ante 2014. Ele citou as previsões de crescimento negativo da economia brasileira e de queda no volume total de investimentos.

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