A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimac) divulgou nesta quarta-feira (25) os indicadores conjunturais do setor em abril e no primeiro quadrimestre deste ano. No faturamento bruto, os fabricantes juntos atingiram uma receita de R$ 24,5 milhões no primeiro quadrimestre deste ano. O valor ainda é inferior ao de antes da crise econômica, quando havia se registrado R$ 6,3 milhões entre janeiro e abril de 2008.
Embora o setor tenha registrado um aumento de 7,1% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2010, a insatisfação com o processo de desnacionalização da indústria brasileira deu o tom da coletiva.
O presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, atribui a perda de competitividade das máquinas, equipamentos e componentes produzidos em território nacional, ao “Custo Brasil”, principalmente no que tange os encargos trabalhistas, tributação excessiva e juros altos. “Se continuar essa carga tributária e esses juros, as fábricas que permanecerem aqui vão se transformar em meros revendedores e representantes”, alerta o presidente da Abimaq.
“O que está ocorrendo aqui é um crime de lesa pátria. Estão forçando os fabricantes a sair para países vizinhos ou se transformarem em revendas. Hoje, quem produz no Paraguai, Uruguai ou na Argentina, já consegue uma redução de 35% no custo de produção”, compara Neto, lembrando que um fabricante mudou a decisão de investimento da ordem de R$ 100 milhões do Brasil para a Argentina. “É melhor produzir lá e vender para o Brasil”, lamenta.
Segundo ele, a morosidade do governo federal tem agravado esse quadro. “O tempo está passando e não saiu absolutamente nada em termos de reforma tributária para se reverter esse processo”. Segundo ele, há três ações imprescindíveis para garantir competitividade à máquinas e equipamentos feitas no país.
“O tripé para melhorar a competitividade envolve desoneração do investimento, PSI (Programa de Sustentação do Investimento) perene e câmbio melhor”, aponta. “A população tem que aprender a pressionar. Qualquer coisa que se paga aqui é a mais cara do mundo, inclusive o carro chinês. Conseguimos fazer uma marcha para a maconha, mas não para combater a corrupção”, critica.
