O presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), Armando Laudorio, defendeu nesta quinta-feira (22) a utilização de óleo combustível na geração de energia elétrica como única alternativa viável para evitar novos racionamentos de gás natural no País. "Ou o governo usa óleo nas térmicas, ou teremos novos problemas sociais", afirmou após almoço-palestra promovido pela Câmara Britânica de Comércio (Britcham), no Rio.

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Na sua opinião, não faz sentido penalizar os consumidores de gás natural para preservar água nos reservatórios das hidrelétricas, como está fazendo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nas últimas semanas. Laudorio calcula que o despacho de uma única térmica a óleo de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, liberaria para o mercado cinco milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Os custos no uso de um combustível mais caro, diz ele, representaria um aumento residual na conta de luz de todos os brasileiros. "É o preço que temos a pagar pela falta de planejamento energético", disse.

Laudorio, que também é diretor da distribuidora de gás fluminense CEG, diz que não há alternativas ao corte de fornecimento a indústrias e postos de GNV, caso a Petrobras derrube a liminar obtida pelo governo estadual para manutenção dos volumes fornecidos aos Estados. No dia 30 de outubro, uma redução no fornecimento levou ao corte de gás em 89 postos no Rio, e em grandes empresas como CSN e Bayer. Segundo ele, Petrobras e CEG vem negociando planos de contingência com as indústrias, mas o parque industrial do Rio não está preparado para usar combustíveis alternativos, como o óleo combustível.

Laudorio criticou ainda as propostas de aumento no preço de gás natural sem que os motivos sejam explicados à população. Ele levantou a possibilidade de recurso ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) caso a Petrobras promova aumentos injustificados, apenas com o objetivo de conter o consumo. "Isso é uma política de Estado, e não do produtor dominante", disse. Laudorio disse que as distribuidoras ainda não foram convocadas pelo governo para discutir a crise no fornecimento de gás.

Dividir a conta

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O presidente da Ceg-Rio, Bruno Ambrust, defendeu que, se houver uma falta de gás no Brasil como a que ocorreu em outubro, outros Estados, além do Rio de Janeiro e São Paulo, também paguem a conta. Na época, o fornecimento de gás para o Rio foi cortado em 17% e para São Paulo, em 12%.

"Esse é um problema de cunho nacional. Se há interesse nacional, todos os Estados têm que contribuir", afirmou o executivo após um seminário sobre perdas das concessionárias com furto de energia, gás e água promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro.

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