O juro médio do crédito rotativo em abril, primeiro mês da mudança na modalidade, deve ficar bem próximo dos 210% ao ano, de acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Fernando Chacon. Em março, a taxa ficou em 466,4% ao ano. “O governo vai conseguir reduzir o juro do rotativo até mais do que 50% neste ano”, afirmou Chacon, em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira, 13.

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O primeiro mês do novo rotativo, que limitou o uso da modalidade em até 30 dias, é visto como um período de transição. Isso porque as pessoas passarão a ter de parcelar o saldo devedor do rotativo após um mês.

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De acordo com o presidente da Abecs, ainda não é possível mensurar o impacto da inadimplência do novo rotativo, uma vez que não dá para saber como será o comportamento das pessoas com a modalidade. “Não sabemos como será o empilhamento dos parcelamentos. Precisamos de ao menos seis meses, mas o limite de crédito de cada consumidor será mantido. Não terá um consumo maior de crédito”, explicou Chacon.

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Efeitos compensatórios

Os bancos terão efeito imediato do novo rotativo, cujo uso foi limitado em até 30 dias, em suas margens financeiras e vão procurar compensá-lo, de acordo com o presidente da Abecs. Como a modalidade entrou em vigor no último dia 3 de abril, os reflexos devem aparecer nas demonstrações das instituições financeiras do segundo trimestre deste ano.

“A compensação das margens menores por conta do novo rotativo deve vir de redução de custos e outras receitas, mas não deveremos ter necessariamente aumento de tarifas”, explicou ele, em coletiva de imprensa.

Chacon admitiu, porém, que os bancos podem reduzir a quantidade de isenções que concedem para alguns clientes do cartão de crédito como uma forma de compensar a queda nas margens. Mas, ele acredita que a principal forma de recuperar esse menor ganho é através da redução de custos e um fator principal na conta é a queda da inadimplência que deve vir no futuro por conta do corte nos juros da modalidade.

Segundo o presidente da Abecs, os bancos vão pagar antes o preço, referindo-se à queda nas margens por conta do novo rotativo, de discutir temas que vão contribuir para o avanço do setor de cartões. Afirmou ainda que não havia espaço para a redução dos juros do rotativo porque a margem do produto é pequena em termos de retorno visto que a inadimplência da modalidade é de cerca de 36%, bem acima dos calotes nos cartões, que giram ao redor dos 7%.

Os representantes dos bancos emissores de cartões estiveram, inclusive, reunidos na manhã desta quinta, debatendo as mudanças na forma de divulgação dos juros do crédito rotativo.