O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, afirmou nesta quinta-feira, 23, que o ano de 2015 não terá o mesmo crescimento observado em 2014 no setor, quando a alta foi de quase 6%. Para ele, a estabilização da curva de expansão em patamares mais fracos reflete o cenário macroeconômico.

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“Este é um ano desafiador”, afirmou, ao citar, entre os desafios para o setor, o custo do combustível. O executivo evitou dar um número de previsão para a expansão de 2015 e ressaltou dúvidas sobre o impacto no consumo de recentes medidas do governo, como a nova meta fiscal. “Minha bola de cristal está meio nublada”, brincou.

O executivo também disse que cada empresa deve reagir de forma individual, de acordo com suas próprias avaliações. “Não dá para dizer que haverá um movimento único na indústria. Hoje não temos uma hegemonia entre as companhias”, afirmou ao citar a significativa participação de mercado de TAM, Gol, Azul e Avianca, em comparação com a atuação da Varig há mais de uma década. “As avaliações são muito individuais”, ressaltou.

“Temos um cenário que inspira maior atenção desde meados do ano passado, quando o mercado, o segmento corporativo, em especial, começou a dar sinais de uma menor disposição de consumo”, afirmou o presidente da instituição. Ele explica que as companhias aéreas reagiram oferecendo produtos mais atrativos (destinos, tarifas), aumentando os esforços de vendas, o que garantiu bom desempenho de dezembro e janeiro. “Mas, desde então, nossas taxas mensais de demanda têm mostrado tendência de redução.”

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Depois de crescer 7,7% em dezembro e 9,1% em janeiro, o ritmo de expansão da demanda doméstica se enfraqueceu, com altas de 4,1% em fevereiro, 2,8% em março e abril e 1% em maio. Em junho, a elevação foi de 1,7%.