Uma simulação elaborada pelo Departamento de Economia da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib) em cima do cenário macroeconômico previsto no Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC), utilizado pelo presidente da entidade, Paulo Godoy, para elaboração de um artigo, mostra que, com uma queda mais incisiva dos juros o Brasil poderia ter uma evolução extremamente positiva da relação entre dívida pública e PIB. Segundo Godoy, se a Selic (taxa básica de juros da economia) chegasse a 7% em 2007, o País teria uma relação dívida/PIB de 32%, contra os 43,9% de hoje.

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O PAC, segundo Godoy, prevê, para 2010, taxa Selic nominal média em 9,5% ao ano e dívida pública de 36% em relação ao PIB. Uma diminuição dos juros de forma mais acentuada poderia significar quase quatro pontos porcentuais a menos de dívida.

Segundo ele, o cenário traçado pela Abdib sugere uma Selic nominal média anual de 11,5% (hoje está em 12% com a redução de meio ponto porcentual decidida pelo Comitê de Política Monetária na quarta-feira) em 2007, 9,0% em 2008, 8,0% em 2009 e 7,0% em 2010. Ao mesmo tempo, a perspectiva de crescimento torna-se maior que a listada pelo governo federal: 5,0% este ano e 5,5% anualmente entre 2008 e 2010. Paulo Godoy calcula que, dessa forma, a relação entre dívida pública líquida e PIB seria de 32 6% em 2010, contra 36% previstos no PAC. Atualmente, o governo prevê que a dívida pública líquida será de 43,9% do PIB este ano.

Para o presidente da Abdib, a simulação de cenários econômicos mostra exatamente isso: uma redução mais acelerada, sem riscos para o controle da inflação, pode trazer conseqüências extremamente positivas para o crescimento econômico e, sobretudo para o gerenciamento da dívida pública.

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Godoy lembra ainda que, na perspectiva macroeconômica descrita no PAC, a taxa Selic nominal média será de 12,10% ao ano em 2007. Hoje, a Selic está em 12%, contra 13,25% no início do ano. "Para cumprir o que está estabelecido no PAC, bastaria ao Copom reduzir mais 1,5 ponto porcentual aproximadamente este ano, o que me parece um ritmo insuficiente diante das necessidades do país. Teremos ainda mais cinco reuniões e podemos avançar mais", concluiu o presidente da Abdib, Paulo Godoy.