Números divulgados hoje pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) mostram que o fluxo de veículos nas estradas com pedágio, em agosto, cresceu 0,4% em relação a julho. O resultado já leva em conta os efeitos sazonais. O índice é produzido pela ABCR em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada. “A alta de agosto está relacionada a vários fatores de atividade que melhoraram no último mês”, afirma o economista Bernardo Wjuniski, da Tendências. Entre os fatores está o crescimento do movimento dos veículos leves, que reflete a melhora da ocupação e da renda.
O fluxo de veículos leves apresentou alta de 1,6% em agosto em relação a julho, em termos dessazonalizados. “De acordo com a Pesquisa Mensal do Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a renda cresceu 0,5% em julho em relação a junho de 2009. Já a ocupação apresentou alta de 0,9% no mesmo período. Como esses são dois fatores diretamente relacionados ao movimento de veículos leves nas rodovias, podemos explicar o bom desempenho do índice por meio deles”, afirma Wjuniski.
O fluxo dos veículos pesados, que está ligado à produção industrial, ficou estável em agosto em relação a julho. “O fluxo dos pesados mostra a recuperação lenta da produção industrial”, diz Wjuniski. Para o economista, o resultado revela uma recuperação gradual da indústria, que ainda trabalha com alta capacidade ociosa. “Além disso, há um intervalo entre a melhora efetiva da atividade industrial e o aumento do movimento nas estradas. A perspectiva é de que o fluxo de pesados melhore nos próximos dois meses”, estima o economista.
Em relação ao mesmo período de 2008, o índice total registrou elevação de 1,6% em agosto de 2009. O fluxo de veículos leves cresceu 3,5%, enquanto o de pesados caiu 3,9% na mesma base de comparação. “Já esperávamos essa queda dos pesados, pois a atividade industrial sofreu um impacto muito grande com a crise. Trabalhamos com a estimativa de que a indústria deve voltar ao patamar pré-crise somente no fim do ano que vem”, diz Wjuniski. Nos últimos 12 meses encerrados em agosto, o fluxo total teve expansão de 1,4%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de veículos leves cresceu 2,80% e o de pesados caiu 2,6%.