O fluxo de veículos nas rodovias com pedágio do País caiu 0,2% em julho, na comparação com junho, já descontados os fatores sazonais, conforme divulgação realizada hoje pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). O resultado foi registrado pelo Índice ABCR de Atividade, que é produzido pela associação, em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada. Em relação a julho de 2008, o indicador registrou uma queda de 1,30%. No mês passado, fluxo dos veículos pesados (caminhões) caiu 0,1% ante junho e recuou 7,0% ante julho de 2008. O fluxo dos veículos leves (automóveis), por sua vez, diminuiu 0,6% ante junho e aumentou 0,7%, na comparação com o sétimo mês do ano passado.
O indicador da ABCR é considerado importante instrumento para aferição da atividade econômica. O fluxo de veículos pesados tem alta correlação com a produção industrial e agrícola. Se o nível de produção na indústria ou no campo varia para baixo ou para cima, a consequência é logo percebida nas estradas, com o aumento ou a diminuição do tráfego de caminhões. Já o fluxo de veículos leves tem relação com o fator renda: maior ou menor movimento de automóveis é sinal de crescimento, queda ou mesmo estabilidade do nível de renda no País.
Para a analista da Tendências Consultoria Integrada Ariadne Vitoriano, que é a responsável pelo Índice ABCR, foi justamente o segundo grupo que determinou o movimento do indicador entre junho e julho. “Esse resultado foi puxado pelo recuo do movimento dos veículos leves, uma vez que o fluxo dos pesados manteve-se praticamente estável”, avaliou. “Só agora, o impacto negativo dos reajustes salariais menores concedidos é refletido na renda, e esse aspecto está diretamente ligado à circulação dos veículos leves nas rodovias”, explicou.
De acordo com a analista, este detalhe também mostra a defasagem da reação da renda frente à produção industrial, que, para ela, já passou pelo seu pior momento. Ariadne aguarda uma retomada mais forte neste segundo semestre de 2009 para atividade no País. “Esperamos uma melhora do cenário como um todo, o que engloba não só a melhora da produção industrial, mas também da ocupação, da confiança do consumidor e da concessão de crédito”, afirmou. Nos últimos 12 meses (acumulado de agosto de 2008 a julho de 2009 ante agosto de 2007 a julho de 2008), o fluxo total teve expansão de 1,7%, segundo a ABCR. Considerando esta mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 3,1% e o de pesados caiu 2,3%.